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As relações comerciais de Pouso Alegre com outros países deu um salto em 2013. De janeiro a dezembro do último ano, as importações e exportações das empresas que atuam no município somaram US$ 457,5 milhões, algo em torno de R$ 1,080 bilhão, um avanço de 36% em relação ao ano anterior. Ao lado de outras cinco cidades da região com bom nível de comércio exterior (Varginha, Poços de Caldas, Extrema, Itajubá e Santa Rita do Sapucaí), o município ajudou a movimentar US$ 3,7 bilhões, o que corresponde a mais de R$ 8,8 bilhões. O levantamento é da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE) com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A pesquisa integra o estudo “Pouso Alegre, Polo industrial e Logístico regional”, que está sendo elaborado pela pasta.

As empresas de Pouso Alegre desenvolveram suas atividades de comércio exterior com pelo menos 30 países de cinco blocos econômicos. O saldo da balança é negativo. As importações somaram US$ 412 milhões, contra US$ 45 milhões em exportações. Mas, neste caso, o déficit não traz complicações para a economia local. Trata-se, na maior parte, de suprimentos industriais para a manufatura e industrialização de produtos fabricados pelas empresas da cidade. “Quase tudo que é importado entra como componente em nossa cadeia produtiva, o que significa que agregamos valor a esses materiais. No final, o saldo é positivo para a nossa economia”, explica o secretário de Desenvolvimento Econômico, Raphael Prado.

Ilustra ainda a explicação do secretário o fato de a maior parte do que é produzido na cidade ser destinada ao mercado nacional. Apesar de o município exportar parte do que produz, como ocorre com garrafas térmicas, autopeças e produtos de higiene, as empresas que aqui se instalam direcionam sua produção para os três maiores centros consumidores do país, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. “Isso ocorre, inclusive, pela excelente localização do município, que está num raio de 300 quilômetros desses três grandes centros”, analisa o prefeito Agnaldo Perugini.

Um dos objetivos da SMDE é mostrar aos empreendedores do ramo de transporte e logística o enorme potencial do município e da região para abrigar investimentos na área. “Sabemos que 20% de tudo que é produzido no país passa de alguma forma pela Fernão Dias. Nosso trabalho consiste em potencializar a capacidade que temos de armazenar e destinar produtos”, esmiúça o prefeito.

Mas se o comércio exterior em Pouso Alegre ainda está sobre o domínio das importações, no futuro, o município pode se tornar um grande exportador de máquinas. A virada pode se dar com o início da produção na planta da chinesa XCMG, previsto para maio. A fabricante de máquinas pesadas para construção civil espera suprir de Pouso Alegre o mercado latino e até algumas regiões da África. “Vai representar um giro de 360º em nosso comércio exterior. Hoje, produzimos essencialmente para o país. Com o início das atividades da XCMG, vamos produzir para o mundo”, comemora o prefeito Agnaldo Perugini. Pode ajudar a impulsionar os resultados da balança comercial do município o fato de a chinesa estar sendo seguida por suas fornecedoras com sede naquele país – até 26 empresas pretendem vir para o país. O movimento deve reduzir a necessidade de importar componentes para a montagem das máquinas.

Parceiros comerciais

A América do Sul é hoje o principal destino, no exterior, dos produtos pouso-alegrenses. Argentina, Chile e Venezuela são os países que mais importam daqui. Em 2013, compraram US$ 34,6 milhões. Enquanto isso, as empresas pouso-alegrenses importaram US$ 336 milhões de China, Argentina e Japão. As cifras elevadas de China (US$ 163,7 milhões) e Argentina (US$ 152,1 milhões) se devem, principalmente, às atividades da Unilever, que tem base fabril no país da América do Sul, e XCMG, que desde o ano passado importa peças e máquinas do país asiático para dar início à sua atividade no município.