Nessa sessão, base foi para o trabalho com reforço. Foto: Daniela Ayres
Nessa sessão, base foi para o trabalho com reforço. Foto: Daniela Ayres

Vaias, aplausos e discursos inflamados. Essa foi a sessão da noite de ontem (03) na Câmara Municipal de Pouso Alegre. Em número maior, apoiadores da base da administração municipal quase suplantaram os protestos de quem foi à Câmara fazer oposição. Os trabalhos chegaram a ser suspensos, mas não foram cancelados.

Lotada, a Câmara teve o plenário cercado por guardas municipais e policiais militares, além dos agentes de segurança que trabalham para o legislativo. Em meio a tudo isso, ocupantes do terreno da prefeitura localizado no bairro Cidade Jardim, que se aventuraram a procurar os vereadores em um dia tão conturbado. Saíram de lá como chegaram, sem nada.

 Dulcinéia Costa (PV) não terá mais que responder por quebra de decoro parlamentar. Foto: Daniela Ayres
Dulcinéia Costa (PV) não terá mais que responder por quebra de decoro parlamentar. Foto: Daniela Ayres

Os vereadores Maurício Tutty (PROS) e Dulcinéia Costa (PV) voltaram a centralizar as atenções. Dulcinéia chegou a mencionar um drama familiar vivenciado pela Lilian Siqueira (PSDB), ao lado de seu marido, o ex-prefeito Jair Siqueira (PSDB), o que causou constrangimento e fez a vereadora tucana deixar o plenário por instantes. Em resposta ao tumulto ocorrido na sessão da semana passada, que teve os dois como alvo, as falas foram mais contundentes, seguidas do aplauso de correligionários. Contudo, não houve como impedir alguns contratempos.

Manifestante bateu boca com vereador durante a sessão. Foto: Daniela Ayres
Manifestante bateu boca com vereador durante a sessão. Foto: Daniela Ayres

Durante o uso da tribuna, uma manifestante chegou a subir na grade que separa o plenário da plateia. A mulher gritava contra o vereador do PROS, dizendo que o assunto da sessão era IPTU e não os trabalhos realizados pela Univás – Maurício é presidente da comissão que investiga a fundação mantenedora da universidade e falava sobre isso nesse momento. Guardas municipais fizeram, então, um pequeno cordão de isolamento em frente ao plenário para conter novas exaltações do tipo.

Mais tarde, enquanto Dulcinéia falava, dois populares pegaram no tapa. Uma moça, que se identificou como advogada, afirmou ter sido atacada por um rapaz devido à suas manifestações contra o aumento de IPTU na cidade. O rapaz foi tratado por ela como filho da vereadora do PV, o que foi desmentido logo depois. O suposto agressor frequenta a Câmara todas as sessões. Por apresentar problemas neurológicos e ser menor de idade, não foi possível registrar um boletim de ocorrência contra ele.

A sessão durou quase quatro horas e teve aprovados 21 propostas, entre projetos de lei e emendas. Os vereadores de oposição chegaram a reclamar de terem seus direitos cerceados pelo presidente da Casa, Gilberto Barreiro (PMDB). Um pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar foi enviado ao plenário contra Dulcinéia Costa sofreu rejeição na maioria, em uma votação tão polêmica quanto a sessão, na qual a acusada teve direito a voto.