Exposição faz o contrates entre a delicadeza das bailarinas com a situação da Maria Fumaça. Imagem: Divulgação
Exposição faz o contrates entre a delicadeza das bailarinas com a situação da Maria Fumaça. Imagem: Divulgação

A Maria Fumaça de Pouso Alegre será tema de exposição a partir deste dia 17. A exposição “Nos Trilhos” nasceu com o intuito de chamar a atenção da população pouso-alegrense para um patrimônio histórico da cidade, a Maria Fumaça que por anos permaneceu abandonada e agora passa por um processo de restauração. O projeto  conta com o apoio da Escola de Ballet Luiz Henrique. Quatro bailarinas posaram para a exposição. As fotos feitas pela jornalista Gorete Marques mostram um contraste entre a delicadeza das meninas e a situação do local.

A princípio o projeto tinha o objetivo de fazer uma comparação, mostrando o “antes e o depois” da reforma. No entanto, devido à demora na conclusão das obras, executar o projeto dentro do prazo, respeitando o cronograma traçado previamente tornou-se inviável. Assim, a Exposição contará apenas com as fotos executadas durante a primeira etapa do projeto que apontam para a situação de aparente abandono de um símbolo da história da cidade de Pouso Alegre.

Em maio de 2013 um incêndio atingiu a  Maria Fumaça. Além de uma parte da estação, dois vagões foram atingidos. O vagão-restaurante que ficou totalmente destruído e outro, parcialmente queimado. Na época a prefeitura divulgou em uma nota a suspeita que o incêndio tenha sido provocado. “A Prefeitura de Pouso Alegre e a Secretaria de Cultura e Turismo estão consternadas com o ocorrido. Manifestam preocupação com a possibilidade de o incêndio ter sido criminoso e repudiam todo e qualquer ato de depredação do patrimônio público, em especial daqueles que têm inestimável valor histórico, como é o caso da ‘Maria Fumaça’, tombada como patrimônio histórico do município”.

O assunto foi pautado por vários dias pela mídia. Gorete explica que durante este período que surgiu a ideia de mostrar a Maria Fumaça sob outra perspectiva. “Muitos fotógrafos levaram modelos ao local e fizeram belíssimos trabalhos. Mas na maioria das vezes eles mostram apenas o lado bonito da Maria Fumaça. Eu queria fazer algo diferente.” Com o tempo a jornalista amadureceu a ideia e depois de muita reflexão decidiu usar bailarinas como modelos “a própria natureza do ballet é a leveza e a suavidade, características que contrastam com o cenário de abandono que se tornou a Maria Fumaça após o incêndio”, explica.

Para as bailarinas que colaboraram com o projeto, a experiência foi inusitada. Jéssica Gonçalvez conta que ficou assustada no início “porque lá moram algumas pessoas e eu fiquei com medo deles expulsarem a gente de lá.” No entanto o que aconteceu foi algo bem diferente, explica a jovem. Os andarilhos que estavam lá receberam a equipe muito bem e até posaram para algumas fotos.

Foi a primeira vez que Larissa Maria foi ao local “quando cheguei lá achei tudo meio estranho estava tudo queimado”, conta. A dançarina lamenta o descaso com o patrimônio histórico “porque as pessoas não dão muito valor para uma coisa que é muito importante para a cidade”. Gabriela do Prado acredita que o local deveria receber um tratamento melhor “porque aqui é bem precária a situação”. Já Geovana Cristina Gonçalves que também visitou a Maria Fumaça pela primeira vez, espera um futuro diferente para o ambiente que viu “restaurar mesmo! Não deixar como está lá hoje, cheio de mato, de lixo, de vidro”, conclui.

A exposição será realizada na Galeria Artigas e deve contar com 21 obras.  O evento que faz parte da programação do aniversário da cidade terá início no dia 17 de outubro e vai até dia 29 do mesmo mês.   A Galeria Artigas fica aberta de e segunda a sexta feira, das 13h às 18h e aos sábados das 09 às 15h. O endereço é Avenida Doutor Lisboa, nº 201, ao lado do teatro municipal.