A profissão docente não exerce mais o charme que tinha em tempos passados. Causas? Especialistas enumeram algumas: salários poucos atrativos, violência nas escolas, superlotação nas salas de aula, entre outras. Com isto, os jovens sentem-se desmotivados em ingressar na carreira de professor.

Em 2013, quando o Inep – Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira anunciou os dados do Censo de Educação Superior – que pelo quarto ano consecutivo – revelava o número cada vez menor de estudantes que procuravam pelos cursos de licenciatura, confirmou-se uma tendência para o futuro da Educação do País: estamos caminhando para um “Apagão”. “Apagão na Educação”!

Para a diretora educacional da Superintendência Regional de Ensino, de Pouso Alegre, professora Rosé Mary Bueno de Paiva Alcântara Cunha, o fenômeno “Apagão” está acontecendo, pois a valorização dos profissionais não corresponde ao grau de importância da função.

Opinião compartilhada pela diretora administrativa do Sítio Escola Evolução, de Pouso Alegre, professora Fabiana Libânio Vilhena. “É urgente que se veja a Educação como valor humano de primeira necessidade, pois se assim não for, ocorrerá de fato um “apagão” e estaremos fadados a viver na escuridão da ignorância. E conclui com o pensamento de Derek Bokex, reitor e ex-diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Harvard, que diz: “Se você acha a educação cara, experimente a ignorância.”

Sobre os efeitos do “Apagão” na região, a professora Rosé Mary afirma que já há indícios. Segundo ela, há falta de professores em algumas áreas e que são abertos vários editais em uma escola para preencher uma vaga com profissional qualificado. Ainda segundo ela, o fato tem acontecido não nas escolas da jurisdição da SRE/Pouso Alegre como também de outras regionais.

Mesmo assim, a professora é otimista em relação ao futuro da Educação. “Acredito que este quadro mude, pois a função de professor é indispensável. Não há tecnologia que possa substituir a relação professor-aluno, imprescindível na criação de vínculos estruturantes no desenvolvimento das capacidades sócio emocionais, fundamentais para o processo de aprendizagem ter sucesso”, ressalta.

As universidades estão atentas e buscando soluções para reverter o quadro. De acordo com a coordenadora do curso de Pedagogia da FAI, professora Valéria Paduan, é preciso mostrar aos jovens que as novas diretrizes do curso de Pedagogia abriram novas possibilidades de atuação além das já tradicionais e conhecidas que são atuar como docentes na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental. Além dos empregos tradicionais, o profissional de Pedagogia pode também trabalhar em empresas junto ao setor de RH, editoras, ONGs, brinquedotecas de hospitais, classes hospitalares.

A profissional também vislumbra um futuro promissor para a carreira docente. “A falta de professores levará sem sombra de duvidas à valorização da profissão, como aponta o Plano Nacional de Educação 2011/2020 que traz metas de valorização e formação de professores”, conclui.