Servidores acompanham palestra sobre saúde masculina na Câmara
Servidores acompanham palestra sobre saúde masculina na Câmara

Por serem alvos de enfermidades muito características, como o câncer de mama e o do colo do útero, e por terem de conviver desde cedo com as consultas ginecológicas, as mulheres são alvos frequentes de campanhas de saúde e estão relativamente mais abertas a elas. Mas quando se trata de trabalhar os temas prevenção e saúde com os homens está posto um enorme desafio. O preconceito e a falta de informação são barreiras difíceis de serem vencidas. É contra esta pouca receptividade do homem aos cuidados com a saúde que a Secretaria de Gestão de Pessoas da Prefeitura realizou pelo segundo ano consecutivo um dia repleto de palestras para marcar o Novembro Azul na Prefeitura de Pouso Alegre.

Realizada na Câmara de Vereadores, as palestras se dirigiram a centenas de funcionários. Ao todo, quatro palestrantes trataram dos malefícios do tabagismo, da prevenção ao câncer de próstata e de cuidados gerais com a saúde masculina. No Brasil, os homens vivem, em média, 7,2 anos menos que as mulheres. A estatística que se repete em todo o mundo divide a opinião de especialistas quanto às bases de sua origem, no entanto, pesquisas recentes apontam que a postura menos saudável adotada pelo homem pode apontar um caminho satisfatório.

O último levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base em dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) joga luzes sobre o problema. Na faixa etária dos 15 ao 59 anos, enquanto as doenças circulatórias são a causa de 32% dos óbitos masculinos, no caso feminino ela responde por apenas 19% das mortes. Aqui, o stress e o cigarro são apontados como fatores preponderantes para que os homens sejam mais afetados.

Não é por acaso que o tabagismo é considerado pela OMS a principal causa de morte evitável no mundo. A organização estima que um terço da população mundial adulta, cerca de 2 bilhões de pessoas, sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina mundial e 12% da feminina fumam. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, 14,4% dos homens acima dos 18 anos são fumantes contra 8,6% das mulheres.

Somando hábitos pouco saudáveis à resistência de visitar o médico, a população masculina se envereda por um ciclo vicioso que conduz a tratamentos tardios, mais invasivos e pouco eficazes. “Incorporar hábitos saudáveis ao dia a dia, visitar o médico com regularidade e fazer os exames recomendados de acordo com a faixa etária deve fazer parte também da agenda masculina. Foi essa a mensagem que tentamos passar para os servidores da Prefeitura”, conta o secretário de Gestão de Pessoas, Leondenes Camargo.

O secretário lembra que a Prefeitura vem fortalecendo sua estrutura de saúde ocupacional para orientar e dar apoio aos servidores. O trabalho cabe ao Departamento Biopsicossocial, que dispõe de psicólogos, enfermeiros e técnicos em saúde do trabalho para desenvolver ações preventivas, de assistência e acolhimento aos funcionários.