Cerca de 600 produtores rurais utilizam o prédio do Cema para negociar a sua produção agrícola.
Cerca de 600 produtores rurais utilizam o prédio do Cema para negociar a sua produção agrícola.

O Centro Municipal de Abastecimento (Cema), localizado no final da Avenida Vicente Simões, tem ordem de despejo para ser cumprida até o final desse mês (28/03) . A desocupação por ordem judicial pode vir a prejudicar 600 produtores rurais de Pouso Alegre e região, já que o local é utilizado para negociar a produção agrícola.

O vice-presidente do Cema, Orivaldo Mauch Milanezi, usou a tribuna livre da Câmara na última sessão do legislativo (10) para pedir ajuda aos vereadores. Segundo ele mesmo explicou, a área que funciona o Cema foi leiloada pela União em 2008, quando foi adquirido por um consórcio de empresários da cidade. À época, o município teve a possibilidade de adquirir o terreno, o que não ocorreu.

O local acabou negociado no leilão por cerca de R$ 3,5 milhões. Atualmente, a área de 20 mil metros quadrados pode valer até sete vezes mais. Após a aquisição, os atuais proprietários teriam firmado um contrato de aluguel com o município. O acordo temporário vigoraria até que uma nova área fosse encontrada para abrigar a Central de Abastecimento. Em 2011, a Prefeitura adquiriu uma área de 66 mil metros quadrados na BR-459, no bairro Chaves. Mas, desde então, aguarda recursos do governo federal para a construção de um prédio de 5 mil metros quadrados.

Em agosto de 2014, chegou-se a anunciar a liberação de R$ 3 milhões do Ministério do Ministério da Agricultura para o projeto, o que acabou não se concretizando. Um ano antes, em maio de 2013, a Prefeitura também havia anunciado que o Ceasa Minas viria para a cidade e assumiria a construção e administração do empreendimento, o que também não foi convertido em realidade.

Com o tempo se esgotando e sem alternativa para socorrer os produtores rurais, o líder do governo na Câmara, o vereador Maurício Tutty (PROS), chegou a sugerir que a Prefeitura desaproprie o prédio do Cema. “Seria uma reaquisição que faria justiça histórica e daria mais tempo para resolvermos esta questão”, disse. O vereador, no entanto, ressaltou que a sugestão é dele e não chegou a ser avaliada pelo Executivo.

Para o vice-presidente do Cema, a melhor alternativa seria que a Prefeitura conseguisse mais tempo com os proprietários do prédio que abriga a central e captasse recursos para concretizar a estrutura projetada para a BR-459. “Em 2011, o governo municipal já adquiriu uma área para a construção de um novo prédio. O que precisamos é que a Prefeitura apresente uma proposta para os proprietários para que tenhamos mais tempo”, propõe Orivaldo.

O presidente da Câmara, Rafael Huhn, propôs uma reunião de trabalho entre Prefeitura, Câmara e produtores rurais para esta semana. A assessora de Relações Públicas e Institucionais, Rose Cunha, deu sinal afirmativo para o encontro. Do encontro deve resultar um plano de trabalho para propor alternativas aos produtores.

Com informações da Assessoria