Há tempos que enfrentamos uma crise na educação brasileira, marcada pela falta de disciplina dos estudantes e desvalorização para com os docentes. A proposta federal para a o setor apresenta-nos uma “pátria educadora”, mas onde é que está a educação atualmente? Entre os últimos bens lembrados neste país.

Hoje em dia, o que temos é uma sala de aula totalmente desconhecida por seus novos trejeitos: professores frustrados por agressões verbais e físicas não resolvidas e alunos indisciplinados e sem limites. Enquanto isso, fora da escola vemos famílias sem controle efetivo e, muitas vezes, sem saber o que de fato está correto. O respeito aos professores quase não existe, pois os estudantes fazem da sala de aula a extensão da sala de casa, agindo da mesma maneira como estão acostumados a agir com seus responsáveis, em uma reprodução de comportamento. Por fim, o que se percebe é que o espaço escolar é a segunda casa, mas tende, cada vez mais, a buscar ser mais disciplinado para suprir toda a necessidade e gerar educação de verdade.

Fora das escolas, há poucos dias, observamos a violência marcante aos professores no estado do Paraná por parte dos policiais. Por que mesmo? Qual a razão para machucar, deixar em estado grave, pessoas que ganham miseravelmente seus salários e correm riscos, enquanto os políticos que “trabalham” poucos dias da semana ganham seus rios de dinheiro e assistem a tudo indiferentemente. Injustiça. Pátria educadora e injusta. A democracia deve prevalecer, todos têm o direito de protestar e solicitar melhorias nos diversos campos da sociedade.

Nesse ponto, é bom recordarmo-nos das ágoras, os espaços públicos na Grécia Antiga, onde as pessoas debatiam abertamente quaisquer questões. Em contraponto, temos hoje espaços políticos fechados, que anulam a presença do povo e trancam literalmente a porta na cara da população. Está errado. Todas as votações deveriam ser feitas a portas abertas. Somente com ações democráticas teremos nossos direitos valorizados.

Na segunda-feira, dia 04 de maio de 2015, tivemos muitos professores, inclusive em nossa cidade de Pouso Alegre-MG, que foram para suas escolas portando roupas em tom fúnebre, o preto. Trata-se de uma ação singela, porém significativa, que quer demonstrar como a pátria educadora vive um luto, mas que tem esperança na superação.

Toda e qualquer profissão deve ser exercida por amor, mas não pode ser desvalorizada. Todas merecem o reconhecimento e o olhar cuidadoso para que de fato seus profissionais tenham sucesso e exerçam seu papel transformador de modo digno.

Uma pátria educadora será concretizada no dia que toda a educação (professores, escolas, gestores, leis) for valorizada. Precisamos de uma educação crítica e transformadora, atuante e válida, firme e doce, formadora de valores e transmissora de conhecimentos. Depende de mim, de você e de todos nós juntos!