Dados obtidos nesta quinta-feira (25) pela revista Época comprovaram que a mulher do governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel, recebeu pagamentos no valor de R$ 3,7 milhões. A Polícia Federal mapeou os depósitos, que foram feitos em favor da empresa Oli Comunicações, que pertence à Carolina Oliveira. Segundo a Polícia Federal, a Oli Comunicações seria uma empresa fantasma.

De acordo com a PF, a Pepper, de Benedito Oliveira Neto, o Bené, pagou R$ 300 mil à Oli Comunicação. Já a empresa MR Consultoria, de Mário Rosa, pagou R$ 2,4 milhões entre 2012 e 2014. Rosa é um dos consultores de imagem favoritos de políticos, enquanto Carolina Oliveira era uma jornalista desconhecida no mercado – o que chamou a atenção de investigadores. Rosa disse que a contratou para ajudá-lo no gerenciamento de crise envolvendo duas grandes empresas. Ele não revelou os nomes de seus clientes. O restante dos R$ 4 milhões teriam sido pagos pelas empresas: Casino (dono do grupo pão de açúcar) e Marfrig. Alem dessas empresas, o diretório do PT de Minas, o BNDES e a Petrobras também estão na mira dos investigadores.

O governador de Minas, Fernando Pimentel e sua esposa, Carolina Oliveira. Foto: Revista Época
O governador de Minas, Fernando Pimentel e sua esposa, Carolina Oliveira. Foto: Revista Época

A mulher do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, admitiu em nota que recebeu valores de empresas citadas na Operação Acrônimo.

“A Oli Comunicação prestou serviços de comunicação digital para a Pepper Interativa, entre 2012 e 2014. Entre esses serviços, nenhum foi prestado ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). A Oli Comunicação também prestou serviços para a MR Consultoria, entre 2012 e 2014. A empresa pertence ao jornalista Mario Rosa, um dos consultores de imagem e gerenciamento de crises mais reputados do Brasil. A MR Consultoria também não presta serviços para órgãos públicos e partidos politicos. Portanto, todos os serviços prestados pela Oli Comunicação estão relacionados a clientes privados, que passsaram por crises de imagem e de comunicação ao longo deste período”.

A PF investiga, assim, indícios de operações irregulares realizadas pelas empresas na Operação Acrônimo – que apura suposto esquema de desvio de recursos públicos para financiamento de campanhas eleitorais como a do governador de Minas Gerais Fernando Pimentel. Em decisão do Superior Tribunal de Justiça, que autorizou nesta quinta-feira (25) a segunda fase de mandados de busca e apreensão, o ministro Herman Benjamin diz que “a análise de representação e do parecer do MP indicam que já foram apreendidos documentos (notas fiscais) relativos às operações supostamente irregulares” envolvendo as duas companhias de capital aberto, segundo documento obtido por ÉPOCA. Por essa razão, não foram autorizadas diligências da PF nos escritórios dessas empresas.

Com informações da Polícia Federal e Revista Época