Funcionários afixaram cartaz na porta do pronto atendimento para informar mudança a usuários (Foto: Yara Baçan de Oliveira)
Funcionários afixaram cartaz na porta do pronto atendimento para informar mudança a usuários
(Foto: Yara Baçan de Oliveira)

Moradores e servidores protestaram na noite de ontem (23) contra a redução no horário de funcionamento do pronto atendimento do Bairro São Geraldo, em Pouso Alegre.  Segundo um decreto de 2013, o atendimento era para funcionar 24 horas por dia. No entanto, o atendimento que estava funcionado apenas até as 22h, foi reduzido pela prefeitura até as 19h.

A prefeitura havia informado que estudos foram feitos e que a medida era uma adequação com relação à demanda do pronto atendimento. Mas segundo funcionários da unidade, a alteração é consequência do corte de horas extras sofridos pelo setor. O corte teve decreto baixado pelo prefeito Agnaldo Perugini no dia 15 de julho.

“Essa medida mexeu com a vida dos funcionários. E como não temos funcionários suficientes nos postos, o fim das horas extras impede que o atendimento ao público continue. Vai superlotar ainda mais o ‘regional’ [Hospital das Clínicas Samuel Libânio]”, avalia a técnica de enfermagem Iara Daçan Oliveira em entrevista ao portal G1.

Com a redução de três horas no período de atendimento da unidade, as alternativas para a população passam a ser o pronto socorro do Hospital das Clínicas Samuel Libânio e o pronto atendimento do Bairro São João, único da cidade com funcionamento 24 horas.

Redução de horário de atendimento gera protestos de moradores em Pouso Alegre (Foto: Reprodução EPTV)
Redução de horário de atendimento gera protestos de moradores em Pouso Alegre (Foto: Reprodução EPTV)

Pronto Atendimento do São João entra em ‘operação tartaruga’

Como forma de protesto contra o corte de horas extras, os servidores do pronto atendimento do Bairro São João decidiram iniciar um ‘operação tartaruga’.  “Vamos atender normalmente só urgência e emergência e os outros casos vão ser atendimentos de forma mais lenta”, explicou a técnica de enfermagem Poliana Rodrigues Morais a EPTV.

Falta de medicamentos e produtos de limpeza

Os funcionários também decidiram cobrar a falta de medicamento e produtos de limpeza. Eles denunciam a existência de rachaduras e infiltração na parede da unidade recentemente reformada, o uso de cabo de vassoura para segurar uma janela e de um plástico para substituir um vidro, uma maca com sinais de deterioração e lixo acumulado.

Falta de médicos

Reportagem da EPTV, ainda mostrou o momento em que, sem poder ser atendido no São Geraldo, o pedreiro Cleyton Aparecido Gomes procurou atendimento no Bairro São João por volta das 20h desta quinta-feira. Ele estava com o filho de 3 anos no colo. “Não tem médico no momento”, constatou. “Fica muito difícil. A gente não tem carro, o menino está resfriado. Agora é ir no ‘regional’ e ver o que dá”, disse.

Prefeitura emite nota

Por meio de nota, a prefeitura reiterou que está fazendo mudanças para melhorar o atendimento à população e que materiais e remédidos estão sendo providenciados para os pronto atendimento. Além disso, a administração afirma que realizou concurso público para resolver o problema da falta de médicos nas unidades e que os aprovados foram empossados recentemente.