Pastor chegou a ser preso e hoje aguarda em liberdade. Foto: Reprodução EPTV
Pastor chegou a ser preso e hoje aguarda em liberdade. Foto: Reprodução EPTV

A Polícia Federal indiciou 43 pessoas ligadas à seita “Jesus, a verdade que marca” por crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, trabalho análogo à escravidão e aliciamento de trabalhadores. As investigações tiveram inicio em 2011.

Seis dos envolvidos foram presos em agosto do ano passado durante a Operação De Volta para Canaã. Alguns dos citados são líderes da seita, outros teriam sido usados como “laranjas” e há pessoas que foram acusadas por terem se beneficiado no esquema.“Toda a estrutura criminosa foi identificada e nós apuramos a conduta de cada um, o grupo criminoso consistente na cúpula foi indiciado em todos os crimes e os demais na medida da sua exata responsabilidade”, disse o delegado.

Contas bancárias do grupo e bens avaliados em R$ 100 milhões foram bloqueados. Mais de cem carros foram apreendidos e  15 imóveis confiscados. “Esses valores bloqueados têm a função de permitir o ressarcimento às pessoas que lá estavam na condição de escravo para que tenham seus direitos trabalhistas reconhecidos e devidamente pagos”, completou o delegado Girotto.

Segundo a investigação, essas pessoas eram recrutadas em uma igreja na capital paulista e convencidas a ir morar e trabalhar em fazendas e empreendimentos em Minas, doando tudo o que tinham para a seita.

Em Pouso Alegre pelo menos 3 restaurantes teriam ligações com a Seita. Um deles chegou a fechar no ano passado, alegando ser vitima de uma campanha difamatória.  Carros e imóveis foram apreendidos e confiscados na cidade, onde foi preso o pastor Cicero Vicente de Araújo, considerado pela PF um dos principais lideres da seita.

Restaurante considerado de luxo foi fechado. Foto: Reprodução Facebook
Restaurante considerado de luxo foi fechado. Foto: Reprodução Facebook

Trâmite

O inquérito foi encaminhado pela Polícia Federal nesta semana ao Ministério Público Federal de Belo Horizonte, que decidirá sobre a denúncia a ser enviada à Justiça. Os líderes chegaram a ficar presos, mas hoje aguardam em liberdade.

Os advogados de defesa negam a culpa de seus clientes. Eles alegam ainda que não foram notificados sobre o inquérito e, por isso, não vão comentar as denúncias.