Padre cumpria restante de pena em liberdade e foi preso em Santa Catarina (Foto: Polícia Civil de Minas Gerais/Divulgação)
Padre cumpria restante de pena em liberdade e foi preso em Santa Catarina (Foto: Polícia Civil de Minas Gerais/Divulgação)

Um padre suspeito de cometer atos sexuais contra crianças em Três Corações foi preso nesta sexta-feira (5) em Santa Catarina. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, Bonifácio Buzzi, de 57 anos, já havia sido condenado a 20 anos de prisão. Ele também foi citado no filme “Spotlight”, vencedor do Oscar deste ano e que conta a história verídica divulgado pelo jornal “The Boston Globe” sobre como a igreja católica acoberta casos de abusos sexuais e pedofilia.

Segundo informações da veja, Buzzi já tinha sido condenado duas vezes. Em 1995 após ser flagrado abusando de garotos com idades entre 10 e 15 anos dentro de um hospital psiquiátrico, em Minas. Ele cumpriu prisão domiciliar. Em 2004 foi preso novamente por abusar de um menino de 11 anos após celebrar uma missa em Mariana (MG). Foi julgado e condenado a 13 anos no regime fechado, mas ficou foragido até 2007, quando cometeu outro crime e foi capturado.

Ele ficou preso entre 2007 a 2015, quando passou a cumprir o restante da pena em liberdade. Apesar da condenação, segundo apurado pela revista veja, o padre nunca teve as funções sacerdotais totalmente revogadas pelo Vaticano, onde responde a um processo canônico que ainda não foi concluído. Ainda segundo a veja, com uma carta de recomendação em mãos feita pela Arquidiocese de Juiz de Fora, o religioso conseguiu se recolocar na Associação Comunidade Evangelizadora Magnificat.

“Ele foi para Três Corações, continuou no sacerdócio, em uma comunidade católica. Novamente teve envolvimento com crianças, de 9 e 13 anos”, disse o delegado regional de Três Corações, Pedro Paulo Marques. Segundo o delegado, ao saber das denúncias, o padre fugiu para Santa Catarina.

Na delegacia, a mãe da vítima disse que já desconfiava – mas não queria acreditar – que o padre vinha abusando sexualmente do seu filho, pois era comum Buzzi ficar na sala assistindo televisão com o menino sentado em seu colo. Ela contou que só procurou a polícia depois que uma vizinha lhe mostrou um exemplar da revista VEJA que denuncia a prisão do padre Fabiano, na qual Buzzi é citado.

O portal PousoAlegrenet tentou contato com a Diocesse de Campanha, e com a Comunidade onde o padre atuava, mas não obteve retorno. Outros veículos de imprensa também tentaram contato, mas até o momento desta publicação não há declaração da defesa do padre ou da igreja sobre o caso.