O anestesiologista Antônio Carlos Aguiar Brandão e o neurocirurgião, Antônio Luiz Carone (Foto: Divulgação FUVS)

O Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL) realizou na última terça-feira (3) uma cirurgia cerebral onde o paciente permanece acordado. O procedimento de alta complexidade chamado ‘awake craniotomy’ (cirurgia acordada, em português) é utilizada nos casos de remoção de tumores cerebrais.

Realizado há menos de 10 anos no Brasil, em Minas Gerais o procedimento era realizado apenas em Belo Horizonte. Credenciado pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, esta foi a quarta vez que o Hospital das Clínicas Samuel Libânio realizou o procedimento.

Procedimento é realizado com paciente acordado (Foto: Divulgação FUVS)

A cirurgia da última terça-feira (3) foi realizada em uma paciente de 17 anos que tinha um tumor no cérebro. Sem a cirurgia, a paciente poderia ter o comprometimento de seus movimentos e, principalmente, da linguagem.

O médico neurocirurgião, Antônio Luiz Carone, explica como funciona a cirurgia: “Nesse tipo de cirurgia, o paciente passa por um exame de ressonância magnética, depois é inserido um aparelho chamado neuronavegador, que possibilita que o médico chegue até a área com a lesão através de uma pinça especial ligada a um computador. Depois que o paciente é anestesiado, colocamos um fixador craniano e fazemos uma demarcação local para abordagem cirúrgica. Mantemos o paciente acordado e estimulamos com perguntas do seu dia a dia. Pessoas da equipe pedem inclusive que o paciente dê sinais que está bem, mexa com as mãos e pés”, explica o médico.

(Foto: Divulgação FUVS)

O procedimento contou com cinco profissionais: “Temos a tecnologia, espaço adequado oferecido pelo Centro Cirúrgico, e uma equipe formidável que trabalha há muito tempo em sintonia. Isso tudo leva ao sucesso nesse tipo de cirurgia. Importante também foi a preparação dessa paciente, em todos os sentidos, para que fosse feita aqui uma cirurgia que é realizada só em grandes centros. Dessa forma, ela ficou segura tanto para o procedimento quanto para recuperação”, conta o médico anestesiologista, Antônio Carlos Aguiar Brandão.

O anestesiologista conta a importância da anestesia nesse procedimento, feito próximo a varia áreas importantes e sensíveis dos sentidos do paciente: “Precisamos estar muito bem preparados e temos que fazer uma monitorização constante. É um grande desafio realizar uma cirurgia num paciente que permanece acordado. Pra mim participar dessa cirurgia com uma menina de 17 anos, que terá agora uma vida mais digna pela frente, não tem preço. Nossa função é essa de cuidar dessas pessoas doentes. É uma grande satisfação poder atuar nessa cirurgia que foi feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Isso mostra a preocupação do HCSL em atender e cuidar da população menos favorecida da nossa cidade e região”, ressaltou Antônio Carlos Brandão.