Bilac Pinto (PR), Dimas Fabiano (PP) e Reginaldo Lopes (PT) receberam doações da JBS

Os irmãos Batista entregaram à Procuradoria Geral da República (PGR) uma lista com os nomes de políticos que teriam recebido doações do grupo empresarial JBS nas eleições de 2014.

Entre os citados, há 28 políticos mineiros, dos quais estão três deputados federais com representatividade em votos no Sul de Minas: Bilac Pinto (PR), Dimas Fabiano (PP) e Reginaldo Lopes (PT). Os três receberam dinheiro via doação eleitoral, e os dados estão registrados no TSE. Assim como grande maioria dos políticos listados, deputados do Sul de Minas receberam doação através do partido. Segundo dados do TSE, Bilac Pinto recebeu R$ 300 mil, Dimas Fabiano R$ 900 mil, e Reginaldo Lopes R$ 392,9 mil.

Segundo o dono da JBS, a empresa fazia doações eleitorais para disfarçar o pagamento de propina. Ainda de acordo com a JBS, dos R$ 500 milhões doados a políticos, R$ 400 milhões eram referente a atos ilícitos. Ou seja, cerca de 80% das doações.

“Tem pagamento via oficial, caixa 1, via campanha, tem via caixa 2, tem dinheiro em espécie. Essa era a forma de pagar. Acontece o seguinte: combina-se o ilícito, o fato lá de corrupção com o político, com o dirigente do Poder Público, e daí para frente se procede o pagamento. Os pagamentos são feitos das mais diversas maneiras, nota fiscal fria, seja dinheiro, caixa 2, até mesmo doação política oficial”, disse o empresário.

Questionado pelo procurador se muitas das doações tidas como doações oficiais registradas no TSE seria na verdade propina disfarçada, Joesley afirmou “isso, propina disfarça de doação política”.

Assista o trecho onde Joesley fala das doações:

VEJA O POSICIONAMENTO DO DEPUTADOS

Deputado Bilac Pinto (PR)

Bilac Pinto (PR)

Segundo o deputado Bilac Pinto as doações foram depositadas na conta de campanha através do Diretório Nacional do Partido da República, e que nunca teve nenhum contato com qualquer executivo do Grupo JBS:

“Ontem foi publicado em diversos veículos de comunicação a lista dos parlamentares que receberam doações de campanha ao longo das eleições de 2014, matéria que de fato mencionou meu nome devido ao recebimento de doações legais, depositadas na minha conta de campanha através do Diretório Nacional do meu partido, o Partido da República, movimentações que foram devidamente declaradas (recibos eleitorais de números: 022450600000MG000002 e 022450600000MG000118), minuciosamente analisadas e aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral no momento que enviei minha prestação de contas eleitoral.

Desde que ingressei na vida pública sempre pautei-a pela transparência e integridade de meus atos, qualidades primordiais para qualquer figura pública que zele pela ética, idoneidade e compromisso junto aos seus eleitores, portanto afirmo publicamente que nunca tive nenhum contato com qualquer executivo do Grupo JBS, e que meu nome não consta, e não constará, em nenhuma das delações investigadas pelo Ministério Público ou Polícia Federal, pelo simples fato de que sempre trilhei meu caminho por vias lícitas e minhas decisões pela Lei e pela Constituição.

Para finalizar gostaria de convidar a todos a acessarem o website do Tribunal Superior Eleitoral (http://inter01.tse.jus.br/spceweb.consulta.receitasdespesas2014) para verificarem que as doações da JBS foram de fato declaradas e depositadas na minha conta de campanha através do Diretório Nacional do Partido da República, e não diretamente pelo Grupo JBS como divulgaram”.

Deputado Reginaldo Lopes (PT)

Reginaldo Lopes (PT)

Por meio de nota de sua assessoria, o deputado federal Reginaldo Lopes disse que “todas as doações recebidas durante a campanha eleitoral de 2014 foram legais e aprovadas pela justiça eleitoral. A doação mencionada é proveniente do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores e não do grupo JBS, não tendo cabimento a responsabilização deste parlamentar por doações feitas pelo grupo nominado acima, de forma originária ao partido”.

Deputado Dimas Fabiano (PP)

Dimas Fabiano (PP)

O deputado federal Dimas Fabiano foi procurado pela nossa redação, mas não retornou os contatos até a publicação desta matéria.