Um ex-agente do presídio de Pouso Alegre disse a EPTV, afiliada da Rede Globo, que as fugas que tem acontecido no presídio aconteceram devido a ‘facilitação’ de parte dos funcionários. Em pouco mais de uma semana, foram dois casos de fuga.
O ex-agente, que não quis se identificar, relatou que o local tem um alto nível de segurança: “É inadmissível. Não é fácil [fugir]. Fácil é quando você facilita. Quando lá de dentro há uma facilitação”.
A principal denúncia é relacionada à facilidade de comunicação dos presos com o lado externo, com o uso de celulares. “Se tiver revista de cela lá agora, vai retirar muito celular lá de dentro, droga, até arma”.
Para o antigo funcionário, é preciso uma mudança de gestão. “Começa da direção. Pra ser um diretor, tem que ser uma pessoa que já está na segurança ativa, que conhece os procedimentos de segurança. E também aumentar o efetivo”, disse o ex-agente.
A pastoral carcerária, que realiza trabalhos no local, defende que o presídio de Pouso Alegre sofre com a superlotação. A estimativa é que o número ultrapasse os 900 detentos em um espaço que tem capacidade para 300.
“Os presídios no geral no Sul de Minas estão extremamente lotados. E essa é uma das razões principais pelas quais existem tantos acontecimentos, inclusive estes de fuga”, explicou uma integrante da pastoral.
A Secretaria de Estado Administração Prisional (Seap) não divulgou o número atual de presos na unidade. Segundo a administração do presídio, foi instaurado um procedimento interno para apurar as responsabilidades e as circunstâncias da fuga do último domingo.
Ainda segundo a direção, todas as denúncias devidamente formalizadas serão apuradas pela SEAP nos termos da lei. Desde a inauguração da unidade em Pouso Alegre, já foram registradas oito fugas.
Com informações da EPTV