Houve confusão após o final do jogo de sábado (13) entre Pouso Alegre e Paraná Clube no Manduzão. A torcida do Paraná tentou invadir a área da torcida do Pouso Alegre. A Polícia Militar agiu usando gás de pimenta, bombas de efeito moral e tiros de borracha, e foi amplamente criticada pela imprensa paranaense.

A confusão teve início após gritos de ‘eliminado’ da torcida pouso-alegrense. Dezenas de paranaenses pularam um dos dois alambrados que dividem as torcidas. A PM agiu rapidamente com o uso de gás de pimenta, gás lacrimôgênio, bombas de efeito moral, cacetete e tiros de bala de borracha.

Foto cedida ao PousoAlegrenet

Mesmo após os invasores voltarem a sua área, a PM seguiu usando a força, atingindo inclusive torcedores que não tinham tentado invadir. Nas imagens é possível ver a PM lançando gás de bombas de efeito moral, gás de pimenta, e dando tiros com balas de borracha.

Foto cedida ao PousoAlegrenet

Entre eles estava um bebê de dois meses, filho do jogador Iacovelli do Paraná. A mãe do bebê conversou ainda no campo com a rádio Transamérica Curitiba: “Tomamos spray de pimenta na cara, porque a gente botou uma criança na frente pra dizer que estávamos com criança. É muito despreparo”, criticou a mãe.

Atleta do Paraná Clube segura bebê atingido por gás de pimenta | Foto: Jhonatan Mendes / Rádio Banda B

A ação da PM foi amplamente criticada pela imprensa paranaense que cobria o jogo. Seis torcedores passaram mal e tiveram de ser atendidos dentro de campo pelas equipes médicas.

Procurada, a Polícia Militar disse que foi “estritamente necessário à intervenção pelos militares”, e que o uso de força foi “proporcional para o controle da desordem que havia se instalado”.

Segundo a PM, houve também por parte da torcida do Paraná, arremessos de pedras de gelo de um bar móvel que havia sido montado na área destinada para torcida visitante.

“Após o uso dos instrumentos de menor potencial ofensivo em ambas as torcidas, principalmente naquela que tentou invadir área destinada ao público do time local, foi possível controlar a crise, restabelecendo a ordem e, principalmente, manter ambas torcidas nos locais destinados a elas. As pessoas que sofreram com os efeitos dos instrumentos de menor potencial ofensivo, ou que passaram mal, foram prontamente atendidas pelas equipes médicas e dos bombeiros. Todas as pessoas que manifestaram necessidade de atendimento médico foram acolhidas, medicadas e liberadas pelas equipes de saúde responsáveis”, informou a PM.

De acordo com a PM, a torcida visitante foi mantida no estádio por 80 minutos, e foi realizado um esquema de segurança e escolta até um local seguro na rodovia para retorno ao Paraná.

Vale ressaltar que o presidente da torcida organizada Fúria Independente morreu há menos de duas semanas após ter sido pisoteado por um cavalo da PM do Paraná. Segundo a PM, na ocasião também teria havido um tentativa de invasão por parte da torcida organizada paranaense.