Um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pretende pôr fim aos eventos com bebida liberada, conhecidos como “open bar”. A justificativa é que este tipo de evento incentiva o consumo excessivo de álcool por jovens e aumenta os casos de brigas, assédio e atendimentos médicos.
“O jovem vai à festa com a obrigação de fazer valer o dinheiro investido no ingresso e coloca na cabeça que tem que beber o máximo para aproveitar. A festa, o show, fica em segundo plano, e a atração principal passa ser a bebida” contou o autor da proposta, o deputado Roberto Andrade (PSB).
Profissionais da saúde acreditam que a medida pode ser uma importante política para começar a combater a cultura de incentivo ao uso de bebida alcoólica. “Ao que tudo indica, nessas festas há mais brigas, o número de atendimentos nas equipes de saúde aumenta, há mais riscos de prática sexual sem proteção. Tudo provocado pela perda do controle”, afirma o médico Frederico Garcia, coordenador do Centro de Referência em Drogas da UFMG.
Já os organizadores de eventos consideram a medida abusiva. “O open bar não é obrigatório. Consumo de álcool não é bom, mas é uma prática aceitável pela sociedade, e o enfrentamento aos abusos deve ser feito com campanhas educativas, não com restrição ao mercado de eventos”, disse o diretor-presidente da DM Promoções, Emanuel Júnior.
O projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça. Ele precisa passar por outras três comissões para seguir para o plenário da Casa. Lá ele precisa ser aprovado em dois turnos e só entra em vigor após sanção do governador.