Um relatório da Agência Nacional de Mineração (ANM) apontou que duas barragens em Caldas – a 82 km de Pouso Alegre (MG) – não possuem garantia de segurança do órgão.
O caso foi matéria da EPTV Sul de Minas, que levantou a situação das barragens na região cadastradas na Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM). Ao todo são 45 em sete cidades: Poços de Caldas (17), Guaranésia (6), Nazareno (6), Passos (6), São Tiago (6), Fortaleza de Minas (2) e Caldas (2).
Essas barragens passam por auditoria da ANM, que determina se elas estão em situação estável ou não. Nas de Caldas, foi atestado falta de dados e documentos técnicos.
As barragens em Caldas são de responsabilidade das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) – empresa de economia mista, que sofre controle finalístico do Ministério da Ciência e Tecnologia. A empresa disse que toda área de sua responsabilidade não oferece riscos ao trabalhador, ao meio ambiente e às comunidades vizinhas.
Exploração das minas pela INB em Caldas terminou em 1995, mas o terreno não foi descontaminado. A área – do tamanho de cem Maracanãs – acumula resídios de lixo nuclear.
Em 2017, o Jornal Nacional mostrou a preocupação de moradores e ambientalistas. Segundo a empresa, depois disso, foi contratada a consultoria da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) para fazer uma análise de dados da barragem de rejeitos, inclusive sobre a estabilidade.
O laudo da UFOP constatou a necessidade de desativação do sistema extravasor – captação da água do reservatório até a estação de tratamento – para construção de um novo. Segundo a empresa, o serviço foi contratado em caráter emergencial em dezembro de 2018 e o término das obras está previsto para junho de 2019.
A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) é uma empresa brasileira de economia mista, vinculada à Comissão Nacional de Energia Nuclear – (CNEN) e sofre controle finalístico do Ministério da Ciência e Tecnologia.