Muitos cachorros estão sendo envenenados entre os bairros Cidade Jardim e Portal do Ipiranga em Pouso Alegre. Segundo moradores, só neste domingo (4), pelos menos 5 foram mortos.

Dois desses cachorros eram da Rafaella Camargo Costa, de 20 anos, do Portal do Ipiranga. “Amarelinho” e “Lobinho” haviam sido adotados recentemente. “O Amarelinho apareceu assustado aqui no bairro. Soltam muitos animais aqui e na rodovia. Ele se deu muito bem com o Lobinho, e acabei ficando com dó e adotando também”.

Ela conta que acordou com os cachorros já agonizando. Sem carro para leva-los a um veterinário, ela ligou, e foi informada para dar aos cachorros carvão ativado. Rafaella contou que foi correndo a pé e na chuva até o bairro Cidade Jardim para comprar o carvão. Quando chegou em casa, os animais já tinham morrido.

“Hoje o dia amanheceu escuro para mim. Não é fácil se deparar com seus cachorros morrendo em suas mãos e não poder fazer nada. Meus cachorros foram envenenados nesta madrugada porque simplesmente estavam latindo demais. Como um ser humano tem coragem de fazer isso?”, reclamou Rafaella. “Infelizmente não faço ideia de quem fez isso. Aqui não tem câmeras”, contou.

Porém, o fato dos cachorros estarem latindo muito não aparenta ser a razão principal. Só neste domingo, outros três cachorros, todos de rua, foram encontrados mortos na região. É o que contou a moradora do Cidade Jardim, e protetora dos animais, Irani Moura, de 30 anos.

“Ela acha que é porque estava latindo, mas não é, porque senão não davam pro restante”, discorda Irani.

Segundo Irani, só nos últimos 15 dias pelo menos dez cachorros foram mortos entre os dois bairros vizinhos. Outros foram envenenados, mas conseguiram sobreviver após receberem cuidados. Os números porém, podem ser maiores, já que a maioria dos cachorros são de rua.

Irani conta que recentemente recebeu denúncias em um grupo de protetores de que uma mulher estaria andando pelos bairros envenenando os animais: “Ela sai do carro, chama os animais, faz um agrado neles, e daí dá o veneno”, conta. “Infelizmente ainda não temos a placa. Ela faz isso aonde não tem câmera. Tem uma moradora aqui que até instalou câmera para tentar pegar. Eu também coloquei”.

Segundo a moradora, os casos ainda não foram informados a Polícia Militar. “A gente queria descobrir primeiro quem é essa pessoa. Ter alguma prova. Mas daí começou a aparecer demais. Precisamos fazer algo para impedir isso”.