Marta no Sítio Dona Marta, seu refúgio nas terras da Mantiqueira

Conheci Marta Betânia Viana Araújo em 1996, quando lançamos o livro Sapucaí, o caminho das águas. Neste ano, fizemos uma itinerância de lançamentos na região – dezoito ao todo – e ela generosamente patrocinou o lançamento da obra em Itajubá.

De lá para cá, uma amizade sólida. Não destas de convivência diária, mas que quando encontra é uma explosão de contentamento, de afinidade. Marta é gente do coração, gente que faz, que multiplica, que agrega, que semeia, que inspira…

Marta no Sítio Dona Marta, seu refúgio nas terras da Mantiqueira

Natural de Itajubá, viveu sua adolescência na casa do “tio padre” em Ouro Fino, onde apurou seu gosto pela leitura: “aos dez anos já lia os clássicos, não entendia, mas lia. Ah!  Também estudei piano lá”.

De volta à Itajubá, casou-se com Nogueira, um cara de cabeça arejada que assim como ela amava as artes.  A residência do casal era o reduto de artistas como o poeta Gildes Bezerra, o músico Dércio Marques, grupos de teatro, gente das artes, ecologistas, contestadores, sonhadores.

O casal teve seis filhos – conheço cinco deles, tal mãe, tais filhos ? e quando a vida estava “arrumada” ? a família é proprietária de um cartório ?, Nogueira se foi, mas ela continuou sua lida familiar e coletiva. Onde havia sinal de arte genuína, Marta estava lá apoiando, patrocinando, aplaudindo: grupos de teatro, grupos musicais, autores de livros, festivais de música – e está até hoje. Sua essência, sua generosidade, sua irreverência espalham, encantam.

Marta no Sítio Dona Marta, seu refúgio nas terras da Mantiqueira

E para aglutinar música de qualidade, gastronomia e prosa boa, criou o Pau a Pique, em Itajubá, que durou sete anos. Sua mais recente inventividade é o Sítio Dona Marta, antes um refúgio da família e de alguns amigos artistas, que aos poucos agora ela está transformando em restaurante/pousada ecológica. O espaço fica na estrada do Observatório de Brazópolis.

A primeira iniciativa foi a construção de biodigestores e a horta orgânica e na sequência, as biocontruções. É seu desejo construir sobre a base de pedra, onde antes era uma casa de pau a pique, o Centro Cultural João Luiz Gonçalves, homenagem ao artista plástico de Itajubá, falecido em 2015. “O João dizia: vou florir o sitio da Marta e presenteou-me com dezessete quadros de flores.”

Marta pela Marta (risos longos): “Gosto da vida. De trazer alegria e alimentar de alegria, de ajuntar gente pela arte, pela cultura e pela amizade. É isto!”

Gargalhadas… Brindamos à vida!

Marta, eu, seu genro e sua filha Bárbara