Foto: Daniela Ayres
Maurício Tutty disse que espera não haver problemas na administração da FUVS. Foto: Daniela Ayres

A Fundação do Vale do Sapucaí (FUVS) acaba de se tornar alvo de uma comissão especial de investigação formada pela Câmara de Pouso Alegre. O requerimento, de autoria do vereador Maurício Tutty (PROS), foi aprovado por 8 votos a 7 durante sessão ordinária, realizada na noite de ontem (25). Cada partido tem cinco dias para indicar um representante na comissão.

“O que se espera desta comissão é que ela trabalhe com imparcialidade e que não haja problemas na administração daquela instituição”, discursou Maurício Tutty, ao dizer que a apresentação do requerimento atendia a reivindicações populares.

Nesta terça-feira, foi lido em plenário um ofício atribuído a estudantes da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), que é mantida pela fundação. No ofício, os autores reclamam de falta de transparência administrativa, estrutura acadêmica e segurança na carreira de professores. Contudo, o texto é assinado por meio de rubricas, sem identificação clara das pessoas que participam do processo. O normal é que documentos públicos tenham assinatura legível e número de documento de identidade.

Documento continha apenas rubricas de estudantes
Documento continha apenas rubricas de estudantes

Para a oposição à administração de Agnaldo Perugini (PT), a criação da CEI é parte do processo de disputa política entre PT e o grupo de Rafael Simões (PTB), presidente da fundação.

“Eu gostaria de ser ingênuo o suficiente para acreditar que esse requerimento veio por si só. Se a gente observar, tem 20 rubricas, mas sem nome estabelecido. Eu gostaria de alertar para que essa Casa de Leis não passe a praticar mandos do Executivo”, acusou Paulo Valdir (PSL).

Adriano Pereira (PTN) não tem dúvidas de que o legislativo está sendo usado pela prefeitura.

“No ano passado, recebemos um requerimento com denúncias sobre o posto de saúde do bairro São Geraldo. Por que não foi colocado em pauta? Vocês (dirigindo-se à base da administração, que, inclusive, forma a Mesa Diretora) colocam em pauta o que vocês querem”, disparou o vereador.

Requerimento foi aprovado por 8 votos a favor e 7 contra. Foto: Daniela Ayres
Requerimento foi aprovado por 8 votos a favor e 7 contra. Foto: Daniela Ayres

Composta por cinco membros, a comissão especial, assim que constituída, terá prazo de 90 dias para apresentar um relatório sobre a situação financeira e administrativa da FUVS. Esse prazo é prorrogável por mais 90 dias.

O ofício de estudantes pedindo que a Câmara investigue a FUVS sucede uma série de protestos contra a saída de um professor da Univás. Para os estudantes, a demissão do professor foi política, por suas ligações com o Partido dos Trabalhadores e uma tentativa de candidatar-se à reitoria da universidade.

Atualização: Segundo a assessoria de comunicação da FUVS, a Fundação do Vale do Sapucaí é uma instituição privada e presta contas ao Ministério Público de Minas Gerais.