"Não nos convenceu", concordam Paulo Valdir (à esq.) e Adriano Pereira. Foto: Daniela Ayres
“Não nos convenceu”, concordam Paulo Valdir (à esq.) e Adriano Pereira. Foto: Daniela Ayres

A possibilidade de rateio do pagamento de três médicos da rede municipal de Saúde não convenceu a oposição de que o setor está livre de irregularidades. Vereadores que compõem grupo saíram insatisfeitos da reunião, realizada na Câmara na última terça-feira (20), em que o secretário de Saúde, Luiz Augusto Cardoso, falou sobre os supersalários.

“Infelizmente não tirou as minhas dúvidas. O secretário afirmou apenas que aqueles altos salários eram pagos a um servidor para serem repassados a outros, sem nenhuma autorização de dispositivo legal. Ficou evidente que são supersalários. Ele não nos convenceu”, avaliou o vereador Paulo Valdir (PSL).

Para Hamilton Magalhães (PTB), apenas a instauração da comissão processante de inquérito (CPI) pode determinar se há irregularidades no pagamento de médicos.

“Precisamos ter acesso aos contracheques, saber como esses repasses, se existem, são feitos. Ele não respondeu nossos questionamentos. Não ficou clara a participação de outras secretarias, como as de Finanças, Administração e Recursos Humanos”, observou.

Adriano Pereira (PTN) acha que o secretário se esquivou das perguntas.

“Ele não respondeu nossas perguntas. Ele mudou de assunto, falou da saúde pública, do trabalho dos médicos e mais nada”, disse.

A base da defesa de Luiz Augusto Cardoso contra as denúncias de supersalários é a falta de médicos dispostos a passarem por concurso público ou serem contratados pelos processos disponíveis para administração pública. Na prática, a secretaria teria terceirizado o trabalho de plantonistas para cobrir escalas. Mais de 40 profissionais teriam participado do acordo, que envolvia pagamentos por meio de depósitos na conta dos médicos Maria do Carmo Borges, Wanderclayton Bueno dos Santos e Ricardo Aguilar Lopes Chácara.