Para a Polícia, Alisson Fernando de Souza, de 23 anos, é o único culpado pela morte do menino.
Para a Polícia, Alisson Fernando de Souza, de 23 anos, é o único culpado pela morte do menino.

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte do menino Carlos Alberto Melo, de três anos, em São Sebastião da Bela Vista (MG). Segundo o delegado Mário Roberto Rodrigues Martins, o único culpado pela morte da criança por espancamento foi o padrasto dela, Alisson Fernando de Souza, de 23 anos. Ele está preso no Presídio de Santa Rita do Sapucaí (MG) desde o dia 28 de julho.

Conforme o delegado, a mãe da criança e a sogra dela também eram suspeitas de terem participado das agressões, já que o menino tinha marcas de unhadas no rosto. “As duas passaram por exames médicos na delegacia, onde foi constatado que as unhas do autor são compatíveis com as lesões e foi negado qualquer participação delas”, garantiu.

Mãe também era suspeita, mas inquérito eliminou sua participação.
Mãe também era suspeita, mas inquérito eliminou sua participação. Reprodução: EPTV

De acordo com a polícia, o menino foi espancado dentro do carro do padrasto na noite do dia 27 de julho. Imagens da câmera de segurança de um posto de gasolina foram usadas como prova do crime (veja no vídeo). Nelas, o padrasto aparece carregando a criança no colo, já desacordada e segurando um galão de combustíveis, pouco antes das 18h30. Cerca de 40 minutos depois, o suspeito aparece novamente com o enteado, desta vez acompanhado pela mãe. Por duas vezes a criança quase cai do colo do padrasto. Depois as imagens mostram a mãe do suspeito comprando gasolina sozinha enquanto ele leva o enteado embora.

Padrasto aparece carregando a criança no colo, já desacordada e segurando um galão de combustíveis, pouco antes das 18h30.
Padrasto aparece carregando a criança no colo, já desacordada e segurando um galão de combustíveis, pouco antes das 18h30.

Carlos Alberto foi encontrado morto na casa onde morava com a mãe, a irmã e o padrasto, na zona rural de São Sebastião da Bela Vista. A mãe da criança disse que estava com Alisson há 10 meses e que ele tinha um bom relacionamento com o filho dela. Além da intensidade das agressões, outra situação que chamou a atenção do delegado na conclusão do inquérito foi o motivo alegado pelo padrasto para tirar a vida da criança. Segundo o suspeito, ele disse que o menino chorava demais e isso o teria deixado irritado.

Última foto tirada da criança pela mãe. No domingo que antecedeu o crime. Reprodução EPTV
Última foto tirada da criança pela mãe. No domingo que antecedeu o crime. Reprodução EPTV

“As agressões foram de uma crueldade exacerbada e causaram intenso sofrimento à vítima, que não teve possibilidade nenhuma de se defender. Com isso, ele foi indiciado pelo crime de homicídio triplamente qualificado e a pena vai de 12 a 30 anos de prisão”, afirmou o delegado.

O delegado disse ainda que apesar da mãe do suspeito não ter participado do espancamento do menino, ela foi indiciada por omissão de socorro, já que poderia ter levado a criança até um hospital. A pena para este caso pode chegar a seis meses de prisão.

Fonte: G1