Goleiro do Santos ´nega` perdão por se considerar alvo da torcida do Grêmio  Foto: Mauro Schaefer
Goleiro do Santos ´nega` perdão por se considerar alvo da torcida do Grêmio
Foto: Mauro Schaefer

O goleiro Aranha avaliou como desagradável sua nova passagem por Porto Alegre nesta quinta-feira. Apesar de não ser alvo de agressões racistas como no episódio da Copa do Brasil, ele voltou a destacar que não perdoa a torcida do Grêmio após o empate do Santos. “Cobraram muito perdão de mim, mas perdoar um pessoal que não entendeu o que aconteceu aquele dia, não tinha que dar perdão mesmo”, frisou.

Ele recebeu muitas vaias cada vez que tocava na bola, ou ainda quando caiu no gramado reclamando de toques dos jogadores gremistas. Aranha considerou um reforço da atitude preconceituosa na outra oportunidade. “Ficou claro que as vaias não foram por conta da partida e sim pelo que ocorreu na outra vez”, definiu.

acreditava que a maioria do torcedor gremista não tinha concordado com aquela atitude

“Muita gente morreu e sofreu para eles não entenderem o que houve”, acrescentou o goleiro. “Esperava ser recebido de outra maneira, pois acreditava que a maioria do torcedor gremista não tinha concordado com aquela atitude”, reforçou, ainda indignado.

O camisa 1 citou “vaias diferentes” direcionadas que recebeu durante toda a partida, alegando que ficou evidente que não houve perdão dos gremistas por ter relatado o incidente publicamente na ocasião, e questionou um jornalista após ser contrariado sobre o teor das vaias.

“Fiquei triste porque deu para ver qual é o pensamento do torcedor gremista. Não foi só a garota. Ela é quem está pagando, principalmente porque apareceu, mas tinha muita gente se manifestando hoje contra a minha atitude, sendo que a única coisa que fiz foi relatar ao árbitro. É a justiça, é a lei, a punição tem que servir para ensinar”, disse o goleiro, antes de desabafar sobre as vaias.

“Cobraram muito perdão de mim, mas eles não perdoaram. Muita gente morreu e sofreu para que esses direitos prevalecessem hoje. Tem gente que achou errada a atitude, paciência. Vim, joguei e conseguimos um ponto contra uma equipe fortíssima”, completou.

Aranha bem que tentou evitar. Realizou o aquecimento no gol oposto ao episódio, mas passou os primeiros 49 minutos, justamente, atrás do setor em que sofreu as ofensas. O primeiro toque na bola, para um tiro de meta, aos 7min do primeiro tempo, foi acompanhando de sonoras vaias que o perseguiram até a saída para os vestiários.

“Não ligo para vaias, manifestações contrárias, desde que sejam do esporte. Nós não podemos ser hipócritas, todos sabem que hoje foi diferente”, completou.

Na sequência, Aranha foi questionado se não achava natural ser vaiado em um estádio de futebol e se irritou: “por que foi diferente? Por tudo o que aconteceu no outro jogo. Ou não foi nada? Você concorda com o que aconteceu?”, perguntou a uma jornalista.

O jogador encerrou as entrevistas na sequência e se dirigiu ao vestiário contrariado. Com o empate, o Santos se manteve na nona colocação, com 30 pontos.