No próximo dia 19 de agosto, uma homenagem reconhecerá o talento de artistas de diversas áreas de Pouso Alegre. A Comenda Nonô e Naná, em sua segunda edição, ocorrerá às 19h30, no Plenário da Câmara Municipal. O evento será aberto ao público em geral.

A Comenda Nonô e Naná homenageia a dupla da microrregião de Pouso Alegre, cuja memória está eternizada nas canções e também no livro Memórias do Povo – Vozes de Mestres, de autoria dos pouso-alegrenses Ana Beraldo e Eunice Reis. A homenagem foi criada a partir da aprovação do Projeto de Lei 7053/2014, de autoria do vereador Mauricio Tutty (PROS).

Cada vereador indicou um artista ou grupo das seguintes modalidades: música, dança, pintura, escultura, arquitetura, teatro, literatura, cinema e fotografia, que se destacou e elevou o nome de Pouso Alegre.

Confira as indicações dos vereadores:

Adriano da Farmácia (PTN) – Daniel Costa;
Ayrton Zorzi (PMDB) – Jaílson Santos;
Braz Andrade (PPS) – Ester Barboni Madeira;
Dulcinéia Costa (PV) – Seção de Artes da Secretaria Municipal de Educação;
Flávio Alexandre (PR) – Marcos Amâncio;
Gilberto Barreiro (PMDB) – Felipe Fernandes da Silva;
Hamilton Magalhães (PTB) – Walter Sormanti Hassin;
Hélio da Van (PT) – Paulo Sérgio e Juliano;
Ney Borracheiro (PPS) – Gislaine Buosi;
Lilian Siqueira (PSDB) – Ciça Amoroso;
Mário de Pinho (PT) – Antônio Francisco Cândido;
Mauricio Tutty (PROS) –Wolf Borges;
Paulo Valdir (PSL) – José Carlos Cândido;
Rafael Huhn (PT) – Iracy Ferreira de Paula;
Wilson Tadeu (PV) – Antônio Carlos de Almeida.

Conheça a história de Nonô e Naná:

Alcides Felisbino Basílio (Nonô Basílio) nasceu em Formiga no dia 22 de novembro de 1922 e faleceu em São Paulo-SP no dia 01 de julho de 1997. Começou a compor com 16 anos de idade. Foi para São Paulo em 1950, mas antes residiu em São João Del Rei, Lamos e Rio de Janeiro.

O encontro com Naná, nascida em Divinópolis, no dia 19 de agosto de 1934, ocorreu em Formiga, quando ela fazia teatro amador e Nonô formava dupla com seu irmão Dudu: era a dupla “Irmãos Basílio”.

Com apenas 12 anos de idade que Alcides adotou o pseudônimo de Nonô Basílio e, nessa época, já se apresentava com os “Irmãos Azevedo”, que faziam sucesso na emissora de rádio de Formiga. E Maria de Lourdes, a Naná, apresentava-se num teatro amador local, ao passo que Nonô cuidava da parte musical do mesmo. Até que em 1938, Nonô Basílio deixou o conjunto dos Irmãos Azevedo o qual havia se transformado numa orquestra.

Em 1950 Nonô conheceu o renomado trio “Luizinho, Limeira e Zezinha” na Rádio Tupi de São Paulo. E eles gravaram em 1951 o corrido “Cantando Sempre” (Nonô Basílio e Mauro Pires). Nonô Basílio passou então a ter suas composições gravadas por Luizinho, Limeira e Zezinha, Palmeira e Biá e também Jeca Mineiro e Mineirinho. Com Jeca Mineiro e Lúcio Sampaio que Nonô Basílio formou o Trio “Seresteiros do Sul” que se apresentou com sucesso na Rádio Cultura de São Paulo. Em 1953, celebrou-se o casamento de Alcides com Maria de Lourdes, o qual teve como padrinhos a dupla Cascatinha e Inhana.

Desfeito o “Trio Seresteiros do Sul”, Nonô voltou a se dedicar à sua antiga profissão que era a de alfaiate. Junto com Maria de Lourdes, costumava cantar nas horas vagas e o casal foi percebendo que as vozes se combinavam e finalmente formaram a dupla “Nonô e Naná”. Nonô e Naná gravaram o primeiro disco em 1957 na Todamérica, gravadora que era dirigida pelo Cascatinha. Também continuaram com as apresentações em circos e teatros das cidades do interior. Além de 11 LP’s gravados pela dupla, em 1971, Nonô e Naná participaram do filme “No Rancho Fundo”, de Osvaldo de Oliveira.

Em 1996, Nonô e Naná gravaram o último disco e único CD da dupla, “Nossa Última Lembrança”. Por essa época, Naná apresentava problemas na voz (desde 1980). E Nonô Basílio deixou esse mundo no ano seguinte à gravação do CD.

Como compositor, Nonô Basílio é sem dúvida de fundamental importância para o nosso cancioneiro sertanejo; e um grande momento de sua carreira foi certamente o lançamento e o sucesso de “Mágoa de Boiadeiro”, que ele compôs em parceria com Índio Vago. Essa belíssima composição foi gravada por dezenas de diferentes intérpretes, tais como Pedro Bento e Zé da Estrada, Sérgio Reis, Ouro e Pinguinho e outros mais.

Como compositor, Nonô Basílio teve como um dos mais constantes parceiros o acordeonista Mário Zan, com quem compôs, entre outras, o xote “Criança Sapeca” (gravada pelo próprio Mário Zan), o baião “Vovó Caduca” (gravado pelo Duo Ciriema) e a tupiana “Linda Forasteira” (gravada pelo Duo Irmãs Celeste.

Em visita ao amigo compositor sertanejo Luiz de Castro, em Pouso Alegre, Nonô gostou da cidade e decidiu se mudar. No início, ele alugou uma casa no bairro Primavera. Mais tarde, comprou e viveu por muitos anos em um sítio no Cantagalo. Nessa época, profissionalmente, eles já tinham atingido o auge e faziam shows na região. O grande sucesso da dupla é “Casa de Caboclo”, de autoria de Nonô.