Pouso Alegre se tornou a 3ª cidade mais violenta do Sul de Minas

Dados oficiais divulgados pela Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais, colocam Pouso Alegre como uma das cidades mais violentas do Sul de Minas, depois apenas de Alfenas e Passos. Segundo os dados, de janeiro até outubro deste ano Pouso Alegre registrou 408 casos de crimes violentos. O número é quase o mesmo que as outra duas maiores cidades da região registraram juntas este ano. Poços de Caldas já registrou 250 casos, e Varginha 167. Juntas, as duas somaram 417 casos, apenas 9 a mais que Pouso Alegre.

A diferença em relação as duas não é apenas deste ano. No ano passado, Pouso Alegre também superou as duas em crimes violentos. Foram 395 casos, enquanto Poços registrou 249, e Varginha, 226.

Apesar do alto número de crimes violentos, Pouso Alegre pelo menos não acompanhou a média de crescimento deste tipo de crime no estado, que foi de 13% segundo a secretaria. A cidade teve crescimento de 3% até o momento. Em Alfenas, a mais violenta do Sul de Minas, já foram registrado 686 crimes contra 579 em todo ano de 2015, e crescimento de 18%. Em Passos, onde o crescimento é de 2%, foram 454 casos até o momento, contra 442 do ano passado.

Aumento de homicídios

A estatística de crimes violentos, também inclui o de homicídios. Nessa natureza de crime, os números de Pouso Alegre também preocupam. Este ano já foram 24 casos de homicídio, contra 17 do ano passado. Um aumento até aqui de 41%.

Crimes que mataram psicologo, criança de 6 meses, e mãe e filha chocaram a cidade

Neste ano vários crimes marcaram a cidade. Em março, Elias de Souza matou a ex-companheira e a ex-sogra e em seguida cometeu suicídio. Em maio, o psicólogo Aldo Henrique Ferreira foi baleado por um ex-funcionário, Rodrigo Marcelo de Oliveira Meirelles, com quem teria um caso. Também em maio, uma criança de apenas 6 meses foi espancada e morta pelo próprio pai.

Mecânico trabalhava quando foi assassinado (Foto: Redes Sociais)

O último homicídio aconteceu no dia 19 de novembro. O Mecânico Mauro de Paiva, de 44 anos, trabalhava em sua oficina no bairro São Geraldo quando foi assassinado a tiros. O bairro é o que mais tem sofrido com a violência.

Investigações

No mês passado, a polícia Civil falou sobre o aumento de homicídios. Segundo o delegado Rodrigo Bartoli, os casos de homicídio não tem ligação direta entre si, mas uma parte deles estaria relacionada ao tráfico de drogas: “Existe uma rivalidade entre membros de grupos distintos, que estão nos bairros mais pobres e eles estão entrando em confronto entre si”, disse o delegado.

Bartoli afirmou ainda que o aumento dos homicídios deste ano é uma situação atípica. “Acompanhando os casos, nós podemos dizer que metade são crimes passionais, que não têm qualquer previsibilidade e outros se concentram nas áreas mais pobres, onde falta estrutura por parte do Estado e onde decorre o aumento da criminalidade”, disse.

Suspeitos foram presos em Uberlândia (Foto: Polícia Civil)

Em novembro a Polícia Civil apresentou a prisão de quatro suspeitos de dois homicídios na cidade. O sogro e o cunhado de um motoboy, morto fevereiro, foram presos suspeitos de serem os mandantes do crime. Já um casal foi preso em Uberlândia suspeito de matar um homem no bairro Massaranduba em outubro.