Mulher foi presa suspeita do sequestro (Foto: Magson Gomes / Terra do Mandu)

A Polícia Civil investiga o que de fato aconteceu em um caso envolvendo o suposto sequestro de uma criança recém-nascida em Santa Rita do Sapucaí. As versões da mãe, Maria Gedislene dos Santos, de 36 anos, e da acusada, Patrícia Severino da Silva, de 28 anos, são divergentes.

Segundo a polícia, a principal suspeita no momento é que a mãe tenha negociado a doação ilegal da criança pelas redes sociais, e depois, tenha feito uma falsa comunicação de crime.

Na noite desta quarta-feira (26), a mulher acusada de sequestro chegou a Pouso Alegre. Ela estava presa desde a semana passada, quando foi encontrada pela polícia com a criança em uma rodoviária em Cuiabá.

A acusada, que tem um filho de oito anos, disse que pagou o parto da criança e que a bebê foi entregue a ela com o consentimento da mãe: “Eu perguntei pra ela, você tem certeza que é isso que você quer, você vai dar mesmo, porque eu vou pagar o seu parto, eu vou ter gasto. Ela afirmou ‘eu vou dar, eu não tenho condições de ficar com essa criança’. Eu já perdi três vezes um filho com esse meu (marido) atual e pouco tempo atrás eu descobri que ele não poderia mais ter filhos”, disse Patrícia.

Conforme a polícia, Patrícia já foi presa em 2011 por ter sequestrado uma criança de uma maternidade em Rondônia. Ela também tem histórico por porte de documentos falsos.

“Ela já foi processada e condenada no estado de Rondônia, uma vez que ela teve um parto que não foi bem sucedido, no que a criança morreu e posterior a isso, ela subtraiu uma criança que estava na maternidade e foi pega pela polícia depois de 1h30”, disse o delegado regional Renato Gavião.

A polícia desconfia do relato da mãe. A queixa de sequestro teria acontecido 11 dias depois da filha ser levada para Cuiabá. Para a Polícia, a mãe, que já tem dois filhos, teria escondido a gravidez.

Ainda de acordo com a polícia, a criança nasceu no dia 5, e a acusada teria acompanhado e pago o parto em Santa Rita do Sapucaí. A mãe e a acusada viajaram juntas para São Paulo. Sem autorização para viajar com a criança, a acusada teria pago R$ 3.500 para um taxi leva-la com a criança até Cuiabá.

A mãe só fez a denúncia no dia 17, onze dias depois. Ela alega que a mulher conquistou a confiança dela e depois roubou a bebê.

Caso seja provado que foi uma tentativa de doação espontânea, Patrícia não deverá continuar presa. Já a mãe biológica responderá pelo crime de falso testemunho além de ter que prestar esclarecimentos sobre a tentativa de doação irregular.

A bebê foi trazida pela polícia e entregue ao conselho tutelar ainda no aeroporto de Guarulhos e está em um abrigo de Santa Rita do Sapucaí.