Prefeitura implantou ponto eletrônico em novembro (Foto: Divulgação prefeitura)

Cerca de 14 médicos pediram afastamento do cargo na prefeitura de Pouso Alegre neste mês de novembro, quando passou a funcionar em experiência o ponto eletrônico – ele passa a valer efetivamente em janeiro. Dois afastamentos são através de Licença Sem Vencimento (LSV) e doze através de Férias-prêmio, cuja duração é de três meses.

A quantidade de médicos que pediram afastamento no período chamou a atenção da imprensa. Procurada, a prefeitura disse apenas através de nota que as LSVs e férias-prêmio são direitos dos servidores. Disse também que os atendimentos não serão comprometidos, e que se for necessário, novas contratações poderão ser realizadas.

O PousoAlegrenet solicitou o número de médicos ativos na prefeitura, mas não obteve retorno deste número até fechamento da matéria. Segundo dados no Tribunal de Contas do Estado, até outubro, a prefeitura tinha 117 médicos ativos. A saída temporária dos 14 médicos, representaria uma diminuição de 12% no quadro.

Alguns profissionais não cumpriam jornada

No final de outubro, as vésperas da implantação do sistema de ponto eletrônico, o vereador Bruno Dias (PR) fez uma denúncia quanto ao não cumprimento da jornada de trabalho de alguns profissionais da saúde.

O vereador visitou algumas unidades de Estratégia da Saúde (ESFs), e constatou médico faltando, cumprindo apenas metade da carga horária, outro que chegou às 7h da manhã e deixou o posto em menos de 40 minutos.

Bruno Dias ainda relatou que um médico teria chegado a atender 16 pessoas em um hora, e que um dentista zerou uma ficha de atendimento para 17 pacientes em apenas 2 horas.

“Não é assim de hoje né? Sempre foi assim”, disse uma das atendentes da unidade de saúde ao vereador. “Mas tem médico que cumpre o horário certinho, tem dentista que cumpre o horário certinho, mas alguns não cumprem?”, questionou Bruno em vídeo postado nas redes sociais.

Poços também passa pelo problema

Também neste mês de novembro, muitos médicos pediram demissão em Poços de Caldas após o Ministério Público recomendar que cumprissem a carga horária integral. Eles substituíam as horas pelo número de atendimentos – em média de 15 minutos – e iam embora sem cumprir a carga horária. Tudo feito com o consentimento da prefeitura.

Agora, além da jornada integral, os médicos de Poços de Caldas terão cartões de ponto digital para registro de horário, que deverá ser divulgado no portal da transparência. O sindicato disse que os médicos alegam defasagem salarial.