As chuvas da madrugada de sábado para domingo (7) causaram um deslizamento de terra em um barranco no bairro São João em Pouso Alegre. O barranco fica na rua Curruíra, onde diversas casas foram condenadas pela Defesa Civil, e acima de uma creche.

Deslizamento deixou buraco de 2 metros de altura

Segundo a defesa civil, o desabamento aconteceu devido a queda próximo ao meio fio de um dos blocos de cimento que interditam a rua. Com o meio fio fechado, a água da enxurrada começou a descer pelo barranco, causando o deslizamento de terra.

Bloco que interdita a rua caiu no meio fio, fazendo com que água da enxurrada escorresse pelo barranco (Foto: PousoAlegrenet)

O desabamento não causou prejuízos, apenas levou terra para a área de algumas casas que ficam abaixo do barranco. Na tarde desta segunda-feira (8), a prefeitura realizou obras para conter o deslizamento. A situação, porém, preocupa os moradores, que vivem com medo há anos.

A moradora Fernanda Bazzoli preferiu não deixar a filha na creche nesta segunda-feira (8) por medo de desabamento: “O risco é eminente. É visível. Tragédia anunciada. Eu não levei minha filha hoje para a creche, e não vou levar enquanto não tiver resolução do problema”, conta a Fernanda.

Barranco fica acima de uma creche (Foto: PousoAlegrenet)
José Santos Pereira conta que as trincas não param de aparecer na sua casa (Foto: PousoAlegrenet)

Morador de uma das casas condenadas, José Santos Pereira conta que as trincas não param de aparecer na sua casa. Preocupado, ele aguarda a hora de ir para o apartamento prometido pela prefeitura: “Seria bom se fosse uma casa. Mas em vista do que está aqui é melhor. Pelo menos a gente sabe que não vai correr risco”, conta José.

Os terrenos foram doados na década de 90, e o barranco começou a se formar quando a própria prefeitura começou a tirar terra do local para fazer obras.

Prefeitura realizou obras para conter o deslizamento nesta segunda (Foto: PousoAlegrenet)

Em 2006 a defesa Civil constatou o risco de desabamento e algumas famílias entraram na justiça contra a prefeitura por não terem para onde ir. Em 2012, a justiça decidiu que o Município deveria encontrar uma solução para retirar as famílias da Rua Curruíra.

A solução só veio 13 anos depois. Na semana passada, o prefeito Rafael Simões (PSDB) conseguiu aprovação na Câmara para construir apartamentos para os moradores das casas condenadas. Segundo o secretário municipal de Políticas Sociais, João Batista de Lima, a construção deve ficar pronta em um ano.

O prédio será construído no bairro Santa Adélia, que fica a cerca de 300 metros da Rua Curruíra. Os imóveis condenados pela Defesa Civil serão demolidos assim que os moradores saírem. No local, a prefeitura pretende montar uma área de convívio comunitário.

Prefeitura realizou obras para conter o deslizamento nesta segunda (Foto: PousoAlegrenet)