Higor Pacheco foi levado ao Ministério Público para prestar esclarecimentos (Foto: PousoAlegrenet)

O empresário suspeito de desvios de recursos na gestão Agnaldo Perugini se apresentou nesta quinta-feira (12) ao Ministério Público em Pouso Alegre. Ele teve a prisão preventiva decretada, mas não havia sido encontrado pela operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

José Aparecido Floriano Filho, se apresentou no Ministério Público. Segundo seu advogado, ele estava a trabalho no triangulo mineiro. O filho dele, Higor Pacheco Floriano, que tinha sido preso um dia antes, também foi levado ao MP, para prestar esclarecimentos a investigação.

José Aparecido Floriano Filho ainda não foi preso (Foto: redes sociais)

O advogado Rogilson Nogueira, que defende os empresários, disse a imprensa que as acusações são frágeis e que provará haver um equivoco do ministério público. Ele também disse que pedirá liberdade dos empresários.

A prisão dos empresários é preventiva, com prazo estipulado de 5 dias.

O caso

Os dois são apontados como donos da empresa Plenax, que teria recebido recursos da saúde para contratos de Capina. O caso veio a tona após denúncia feita pela atual gestão do prefeito Rafael Simões (PSDB) e de uma comissão da Câmara Municipal em 2017.

“Há indícios de que esses serviços sequer foram prestados, mas foram pagos pela prefeitura”, informou o Procurador da República do Ministério Público Federal, Lucas Gualtieri.

Segundo as investigações, a organização criminosa praticou fraude à licitação, peculato e lavagem de dinheiro, e teria desviado recursos públicos no montante de quase R$ 14 milhões de reais.

“O que nos constatamos na análise de documentos é que a empresa não mantinha o número que foi contratado de empregados para executar o serviço. E o município pagava pela totalidade de empregados, sendo que a empresa não mantinha esse número de empregados. Essa é a questão que estamos analisando. Também há elementos que indicam que a própria licitação da contratação da empresa foi fraudada pelos empresários”, informou o promotor de justiça Agnaldo Lucas Cotrim.

“Para a lavagem de dinheiro o núcleo empresarial utilizava empresa de fachada. Aquisição de bens e imóveis em nome de laranjas, e também constituição de empresas em nome de laranjas. Com os recursos desviados da administração municipal, eles faziam esses investimentos ou atuavam por meio de outras empresas para lavar o dinheiro obtido pelos crimes”, explicou o Promotor do Grupo Especializado em Proteção do Patrimônio Público, Fabrício José da Fonseca Pinto.

Segundo o coordenador do Gaeco, Fabiano Laurito, a próxima etapa pode chegar a um grupo político: “Agora continua a investigação para eventualmente se chegar ao grupo político que possivelmente está por trás dessa organização criminosa”, informou.