Dois empresários foram alvos de mandados de prisão nesta quarta-feira (11) suspeitos de desviar milhões de reais em recursos públicos na gestão Agnaldo Perugini (PT) em Pouso Alegre.

Higor Pacheco Floriano foi preso e está na delegacia de Polícia Civil em Pouso Alegre. O pai dele, José Aparecido Floriano Filho, ainda não foi preso. Segundo a Polícia, a família informou que ele se encontra em viagem. Ele deve se apresentar até as 18h na delegacia de Pouso Alegre, ou será considerado foragido. Os dois devem ser levados para o presídio da cidade. A prisão é temporária por 5 dias, mas pode ser prorrogada segundo o MP.

José Aparecido Floriano Filho ainda não foi preso (Foto: redes sociais)

Os dois são apontados como donos da empresa Plenax, que teria recebido recursos da saúde para contratos de Capina. O caso veio a tona após denúncia feita pela atual gestão do prefeito Rafael Simões (PSDB) e de uma comissão da Câmara Municipal em 2017.

Comissão da Câmara denunciou as supostas irregularidades (Foto: Câmara)

“Há indícios de que esses serviços sequer foram prestados, mas foram pagos pela prefeitura”, informou o Procurador da República do Ministério Público Federal, Lucas Gualtieri.

Desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), a Operação Capina cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em empresas e residências dos investigados. Participaram da operação quatro Promotores de Justiça, um Procurador da República, um delegado, 05 investigadores e um escrivão da Polícia Civil e 12 policiais militares de Pouso Alegre.

Operação do Gaeco teve a participação de promotores do estado e da república, além da Polícia Civil e Militar

Segundo as investigações, a organização criminosa praticou fraude à licitação, peculato e lavagem de dinheiro, e teria desviado recursos públicos no montante de quase R$ 14 milhões de reais.

“O que nos constatamos na análise de documentos é que a empresa não mantinha o número que foi contratado de empregados para executar o serviço. E o município pagava pela totalidade de empregados, sendo que a empresa não mantinha esse número de empregados. Essa é a questão que estamos analisando. Também há elementos que indicam que a própria licitação da contratação da empresa foi fraudada pelos empresários”, informou o promotor de justiça Agnaldo Lucas Cotrim.

“Para a lavagem de dinheiro o núcleo empresarial utilizava empresa de fachada. Aquisição de bens e imóveis em nome de laranjas, e também constituição de empresas em nome de laranjas. Com os recursos desviados da administração municipal, eles faziam esses investimentos ou atuavam por meio de outras empresas para lavar o dinheiro obtido pelos crimes”, explicou o Promotor do Grupo Especializado em Proteção do Patrimônio Público, Fabrício José da Fonseca Pinto.

Foto: PousoAlegrenet

Segundo o coordenador do Gaeco, Fabiano Laurito, a próxima etapa pode chegar a um grupo político: “Agora continua a investigação para eventualmente se chegar ao grupo político que possivelmente está por trás dessa organização criminosa”, informou.

O PousoAlegrenet procurou a defesa dos empresários, mas não obteve sucesso até o momento. O ex-prefeito Agnaldo Perugini também não foi encontrado.