Fabrício era saudável, totalmente fora do chamado “grupo de risco” (Foto: Redes Sociais)

Um exemplo da gravidade da Covid-19, mas também de superação e esperança. Essa é a história de Fabrício Felipe Evanger, conhecido como Shaolin. Assistente administrativo da Univás, ele ficou 2 meses e meio internado no Hospital das Clínicas Samuel Libânio, boa parte na UTI, em estado grave.

Fabrício tem 33 anos, nenhuma comorbidade, é saudável. Praticante de atividades físicas regulares, ele é apaixonado por andar de bicicleta e malhar. “Rato de academia”, daqueles que tem equipamentos de musculação em casa. Com essa descrição, Fabrício estaria totalmente fora do chamado “grupo de risco”. Mas foi gravemente afetado pela doença.

Após 2 meses e meio, ele teve alta do hospital na tarde desta segunda-feira (10), e conversou com o PousoAlegrenet: “Deus me trouxe de volta. Foi maravilhoso comigo. Não me deixou partir. Minha mãe orou muito, meus amigos oraram muito”, agradeceu Fabrício.

Fabrício saiu acompanhado da mãe (Foto: HCSL)

Fabrício conta que pegou a Covid quando foi ajudar a dar banho na avó: “Peguei [a covid] da minha tia, quando fui ajudar a dar banho na minha avó, que era muito idosa. Ela começou a ter sintomas e testou positivo, dai como tive contato com ela, fui a UPA fazer o teste, e também deu positivo. Dai comecei a sentir muita falta de ar, tive 50% dos pulmões comprometidos, mas estava me recuperando bem em isolamento, foi quando estourou uma bolha de sangue no meu pulmão e precisei ser internado”, conta Fabrício.

O drama causado pela Covid na família foi grande. Uma parte acabou pegando a Covid no período. O pai e mãe de Fabrício tiveram sintomas leves, mas duas avós e uma tia não resistiram e faleceram. “Eu vi minha avó morrer na minha frente. O quarto onde eu estava em isolamento era de frente. Vi minha avó falecer dormindo”, lamentou.

Foto: HCSL

Fabrício conta que passou cerca de 1 mês desacordado. “Eu só queria voltar ao normal, andar de bike, trabalhar, ver os amigos. Passou muita coisa na minha cabeça. Vendo aquelas pessoas tudo chegando entubada também. Meu Deus do céu. Eu orava muito para Deus cuidar dessas pessoas, darem força para eles chegarem até o final”.

Profissionais de saúde do HCSL comemoraram a alta de Fabrício com aplausos e palavras de incentivo durante a passagem dele pelos corredores do Hospital. “O Fabrício ficou muito grave na UTI e agora vendo ele bem assim posso dizer que ele é um grande guerreiro. Para nós da equipe de Enfermagem é muito gratificante observar essa recuperação. Ele tem muita vontade de viver e isso fez toda a diferença. É uma vitória pra todos nós e tudo isso é que faz nosso trabalho valer muito a pena”, conta a enfermeira Poliana da Silva Ramos.

“Nós aqui do hospital ficamos muito emocionados e felizes ao ver o paciente de Covid-19 saindo tão bem. Essas vitórias que trazem tanta esperança para todos da população de Pouso Alegre e região. Estamos trabalhando firmes e fortes e com muita esperança”, disse a coordenadora de Enfermagem do HCSL, Jussara Meire Rodrigues.

Agora de volta a casa, Fabrício busca se recuperar. Ele está com 20kg a menos de quando foi internado: “Eu não posso pegar nada, tenho que manter isolamento em casa, fazer fisioterapia para recuperar a força, recuperar o pulmão, e acompanhamento médico do pulmão”, explicou.

Ele deixa um recado para quem contrair a doença: “Ter muita fé, que a gente pode se curar, independente da gravidade, tem que ter fé e confiança de que vai se recuperar. Tem que pedir muito a Deus, que dê forças, e que vai sair curado de lá. Eu orava muito”.

Fabrício saiu acompanhado da mãe (Foto: HCSL)