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A Assessoria da Expresso Planalto enviou um comunicado a imprensa neste sábado (19) informando que irá interromper diversas linhas do transporte público em Pouso Alegre. Segundo a empresa, a interrupção será a partir do dia 1º de julho.

A empresa não especificou quais linhas, mas disse que abrangerá principalmente linhas rurais e sociais, criadas para atender regiões menos populosas.

O motivo é a queda no número de passageiros e o aumento nos custos: “A empresa teve uma redução superior a 50% no número de passageiros e um aumento de 28% nos custos de operação, alavancado pelo aumento no preço do combustível. Foi, ainda, obrigada a manter o transporte das gratuidades, que representa 18% dos passageiros, e a cumprir todos os horários estipulados pela prefeitura durante toda a pandemia. As mudanças geraram prejuízos, e a manutenção do transporte se tornou inviável para a companhia”.

A Planalto enviou um ofício (o 2º durante a pandemia) solicitando o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão. E disse que “caso o município não apresente uma saída, a única alternativa para garantir a manutenção do serviço será o aumento do valor da tarifa ao usuário, que poderá custar cerca de R$ 8,25 e, também, a redução de diversas linhas”.

Procurada, a prefeitura informou que recebeu um ofício da empresa no final desta sexta-feira, e que a equipe técnica irá analisar a questão. O prefeito Rafael Simões se reuniu recentemente com os prefeitos de Poços de Caldas e Varginha, ambas com o mesmo problema.

Pouso Alegre é a cidade do Sul de Minas com a menor tarifa: R$ 3,90. Em Poços, a tarifa foi reajustada para R$ 4,25 no final do ano, mas devido as reclamações, a prefeitura deu um subsídio para que a tarifa baixasse para R$ 4. Em Varginha, a tarifa é R$ 4,20, e a prefeitura propôs uma redução nos impostos a empresa. No ano passado, a prefeitura de Pouso Alegre teve que conceder um subsídio a empresa.

O problema é nacional. No final de maio, a Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU) publicou um estudo que revela o agravamento da crise no setor.