Foto: Redes Sociais

Duas bancas de jornal foram retiradas do centro de Pouso Alegre nesta quinta-feira (15). Elas ficavam em frente ao Bradesco na Av. Dr. Lisboa, e em frente a Central de Atendimento (antiga Caixa) na Praça Dr. Garcia Coutinho.

O motivo são as obras de revitalização da área central. Segundo a prefeitura, as bancas estavam bloqueando a mobilidade urbana, e a prefeitura irá fazer uma remodelação nas áreas.

As bancas utilizam espaços públicos, como calçadas e vagas de estacionamento, e precisam obter autorização do poder público. Ainda de acordo com a prefeitura, os comerciantes foram informados e notificados com antecedência.

Banca vazia para retirada (Foto: Redes Sociais)

“As bancas que dificultam a mobilidade de pedestres na região central de Pouso Alegre estão sendo retiradas pela Prefeitura Municipal. Permissionários foram informados e notificados com antecedência sobre a retirada, que faz parte de uma remodelação urbanísticas das áreas centrais de Pouso Alegre, a fim de garantir a mobilidade urbana”, disse a prefeitura em nota, deixando em aberto que outras bancas também podem ser retiradas.

“Desde 74 existe essa banca aqui. Eu só a 33 anos”, disse com lagrimas nos olhos o proprietário da banca localizada em frente ao Bradesco.

Foto: Redes Sociais

Digitalização acelera crise no setor de bancas de jornais

As bancas de jornal sofrem com a queda da importância de publicações impressas. Inicialmente, foram supermercados e padarias que passaram a vender revistas e aumentaram a concorrência. As próprias assinaturas também colocaram em risco a chamada ‘venda avulsa’ de publicações, mas o golpe mais contundente foi a migração da leitura de revistas e jornais impressos para o digital. Não há mais necessidade de ir até algum lugar para comprar alguma coisa.

Em  São Paulo, durante a década de 1990, a Folha de São Paulo e o Estadão disputavam a liderança de vendas com mais de 500 mil exemplares por dia cada um, e atingindo picos de um milhão aos domingos. Hoje o número de exemplares impressos não chega a 100 mil, dos quais uma pequena parcela é vendida em bancas. A assinatura agora é digital, com até 90% de desconto sobre o preço de capa. A VEJA já teve mais de um milhão de exemplares semanais. Hoje, menos de 220 mil são impressos e apenas uma fração deste número vai parar nas bancas.

Em uma década, São Paulo perdeu um quarto das bancas de jornal. Em Pouso Alegre ainda não houve um fechamento de bancas que chamasse a atenção, mas a crise do setor impresso é evidente. Nos últimos anos, diversos jornais impressos deixaram de rodar na cidade.