Foto: Prefeitura

Um homem que acabou viralizando com uma foto sua pedindo emprego, decidiu voltar para rua após ser ajudado pelo dono da Cimed e outros empresários em Pouso Alegre.

O homem que diz ter 58 anos, pede há meses emprego na rua usando um pedaço de papelão onde diz “Preciso de trabalho, não tenho casa”. Ele fica sentado no passeio da Escola Estadual Monsenhor José Paulino, na Rua Adalberto Ferraz.

Nesse final de semana, sua foto chegou as mãos do presidente da Cimed, João Adibe Marques, que compartilhou a foto: “Quando me perguntam qual é a principal característica que valorizo em um profissional, sempre digo que é a ATITUDE!”, disse no post, que foi curtido por 34 mil pessoas.

Localizado, o homem foi colocado em um hotel, e iria conversar com o dono da Cimed: “Ainda essa semana vou encontrá-lo e irei contar um pouco mais dessa história que vai mudar de rumo a partir de hoje”.

Mas o homem voltou para a rua. O PousoAlegrenet encontrou ele nesta segunda-feira (27) no mesmo local onde a foto que viralizou foi tirada, e perguntou o que aconteceu:

“Começou o seu João a postar na internet isso ai. Começou muita gente a me procurar querendo que eu fosse lá falar com ele. Eu estava explicando isso pra eles. Não adianta eu procurar uma pessoa para falar para pessoa o que ela tem que fazer. A pessoa tem que ter vontade, entendeu? Ela tem que saber o que fazer e ter vontade de fazer”, disse.

“Se ele [João] quer falar comigo, ele tinha que falar alguma coisa comigo mesmo. Ou ele vir aqui, ou mandar alguém aqui com a solução”, disse.

O homem contou que trabalhou em uma obra do Center Box por 1 mês e meio, com carteira assinada, alimentação, moradia e salário, mas decidiu pedir demissão.

“O engenheiro falou pra mim, que eles não queriam ficar me ensinando o tempo todo. Eles estavam insistindo que tinha serviço, mas não tinha mesmo. Não dá certo ficar brigando com os outros por causa de serviço”, disse.

Além da Cimed e Center Box, outras pessoas e empresas já tentaram ajudar o homem, que disse estar nessa situação há 28 anos, e passou por diversos lugares. Disse que já teve depressão, usou drogas, mas que passou por tratamento psicológico e hoje está bem, sempre citando Deus.

Ele disse que tem família no estado de São Paulo, e perguntado se ele voltaria para lá, ele disse que não tem motivo.

Moradores do entorno dizem que ele está sempre limpo e bem vestido. O homem disse que já esteve no albergue, mas que lá tem muitas regras a seguir, e prefere dormir na rua.

“Possivelmente hoje vou dormir na rua. Durmo aqui nessa rua mesmo. Eles [pessoas] costumam ajudar. Eu vou controlando o dinheiro para me alimentar, e ir no hotel hora que eu já sei o que fazer. Vou guardando o dinheiro. Dai vou lá tomo um banho, vou descansar. Pois tem dias eles ajudam, outros não”.

Esmola afasta pessoas em situação de rua dos serviços especializados

O poder público de Pouso Alegre tem serviços especializados em atender pessoas em situação de rua. Além de oferecer as condições básicas (local para dormir, alimentações, banho, e outros), os serviços oferecem atendimento de especialistas, como o centros de Atenção Psicossocial, e o Centro Pop, que busca criar vínculos e perspectiva de futuro dessas pessoas.

Porém, muitas dessas pessoas não procuram os serviços públicos. Elas tem nas ruas, não o que realmente precisam, mas o que procuram: Falta de regras, e dinheiro de esmolas, para alimentar seus vícios e problemas.