Foto: Andrey Rudakov/Bloomberg via Getty Images

Pouso Alegre está na disputa com mais de 200 cidades mineiras pela chegada da Heineken. A questão foi comentada por alto pelo prefeito Rafael Simões durante uma entrevista nesta quarta-feira (5) onde falava sobre a importância da relação entre Pouso Alegre e cidades vizinhas.

“As cidades vizinhas são dependentes de Pouso Alegre, e Pouso Alegre também tem dependência delas. Hoje 40% da mão de obra de Pouso Alegre vem de fora, das cidades circunvizinhas. Venho fazendo um trabalho desde 2017 para mostrar para os prefeitos de cidades circunvizinhas que nós somos todos co-irmãos, e que nós precisamos estar juntos. Porque se Pouso Alegre vai bem, as cidades circunvizinhas vão bem. Isso sem nenhuma vaidade. As pessoas foram entendendo isso e as coisas foram integrando. Teve um prefeito de um cidade próxima aqui que falou assim: ‘Rafael, estou ligando para você pedir para a Heineken ir para Pouso Alegre’. E eu achando que ele estava pedindo para ir para a cidade dele. E ele ‘Não, eu quero que vá para Pouso Alegre’. Eu falei que ‘a gente está tratando do assunto’. Então você vê que há uma interação e as pessoas já perceberam que Pouso Alegre é de fato uma cidade polo”, disse Simões.

Na mesma entrevista o prefeito afirmou que está em negociações avançadas com uma empresa que deve gerar 4 mil empregos na cidade. A vinda para Pouso Alegre já estaria certa, faltando apenas definir a localização. Ele não revelou o nome pois a empresa pediu sigilo até tudo ser concluído.

Quase 230 municípios disputam a Heineken

Especialista em negócios, o jornal Diário do Comércio divulgou nesta quarta-feira que quase 230 cidades mineiras se disponibilizaram, oferecendo terreno e outros atributos a Heineken, que desistiu de se instalar na cidade de Pedro Leopoldo. O tamanho engajamento não era esperado pela Heineken, que chegou a disponibilizar um formulário aberto e on-line para que as prefeituras preenchessem e se candidatassem para receber a nova fábrica.

Muitos prefeitos mineiros fizeram grande alarde da negociação. Chegaram a gravar vídeos implorando a ida da fábrica para a cidade. A disputa tem tido grande repercussão na mídia. Segundo o jornal, interlocutores da negociação apostam na região Metropolitana de Belo Horizonte ou do Triangulo Mineiro.

Entre os critérios está uma área de 1,5 milhão de metros quadrados em topografia adequada, volume considerável de água e logística adequada. Questões ambientais também serão primordiais para evitar o que aconteceu em Pedro Leopoldo, onde a obra foi embargada por ficar próximo ao local onde foi descoberto o fóssil humano mais antigo das Américas. Também deve influenciar na escolha diferenciais como proximidade da água diponível, terreno e acesso rodoviário menos demandante de intervenções.

A Heineken corre contra o tempo. O grupo contava com a produção da fábrica mineira para atender à demanda crescente do mercado consumidor brasileiro já a partir do ano que vem. A fábrica deve sair do papel ainda neste ano.