Foto: Redes Sociais

Júlio César da Silva Tavares deixou o cargo de Secretário Municipal de Administração e Finanças de Pouso Alegre nesta sexta-feira (17). A saída de Júlio da Prefeitura já havia sido acertada antes da saída de Rafael Simões.

O ex-Secretário se destacou pela boa administração, em especial pela organização das contas do município e a arrecadação em ascensão nos últimos anos. Júlio assumiu o cargo em 2017, e pegou a prefeitura com R$ 40 milhões em dívidas, mas a entrega agora com R$ 500 milhões de saldo em caixa. “desse saldo em conta tem uma parte que é recurso vinculado, mas ela representa em torno de 45% mais ou menos.” [Recurso vinculado é aquele que chega ao caixa com despesa definida, como saúde ou parte da merenda].

Até 2017, a prefeitura tinha fama de má pagadora. Era comum empresas precisarem ir as redes sociais e imprensa reclamar da falta de pagamento. Era comum obras pararem no meio, faltar medicamentos, e merenda. E pior, o dinheiro da Educação e Saúde eram desviados para ‘capina’, que segundo o Ministério Público, sequer acontecia, levando a prisão temporária do antigo secretário, Messias Morais.

Hoje, a cidade faz obras para os quatro cantos, não se tem notícias de falta de medicamentos e merenda, e o município passou a figurar entre as melhores cidades do Brasil em Gestão Fiscal.

Em entrevista ao PousoAlegrenet, o agora ex-secretário, avalia a situação da Prefeitura na época em que iniciou no cargo. “A Prefeitura estava em uma situação tanto administrativa quanto financeiramente caótica. Então, a gente teve que construir do zero, seguindo algumas premissas de gastar no lugar certo, gastar em lugares que iam propiciar dois grandes objetivos. Um, propiciar o crescimento da cidade, quando você faz uma estrada rural, por exemplo. E naquelas coisas que são necessárias como quando você investe na merenda escolar é necessidade, quando você investe em posto de saúde é necessidade. O resto, coisas mais internas, a gente só foi atuando à medida que teve um pouco mais de musculatura financeira ou que ia causar uma melhoria dos processos. Exemplo de melhoria de processos foi a implantação de um sistema que desse condições das pessoas se auto atenderem, que tivesse um controle a mais, uma visibilidade maior em termos de transparência. Esse foi o caminho para chegar no resultado que a gente chegou”, disse Júlio.

Júlio explica que além de priorizar investimentos, houve um trabalho para arrecadar mais sem aumentar impostos: “A arrecadação vinha mas no sentido de primeiro receber o que era devido. Nós não aumentamos a carga tributária nesse período. A gente foi atrás daquilo que estava atrasado e, tinha muita coisa atrasada, e todo movimento que nós fizemos é de melhoria da atividade econômica. Tanto que em 2020/2021 nós tivemos um grande aumento da arrecadação porque já era o trabalho que o desenvolvimento econômico fez de trazer novas indústrias, que só se reflete dois anos depois. Nós tivemos um trabalho de melhoria da fiscalização tributária na área de ISS sem aumentar a alíquota de ISS que trouxe um aumento significativo para a arrecadação, porque não fiscalizava, não tinha um sistema que controlava bem então o investimento do sistema, por exemplo, ajudou a melhorar bem a arrecadação do ISS. E um trabalho bem profissional em termos de arrecadação, é devido é devido, não vamos receber”, analisa Júlio Tavares, que se mostra preocupado com a possibilidade de mudança no ICMS: “essa questão das legislações sobre o ICMS pode refletir muito nos municípios”.

O cargo da Secretaria de Administração e Finanças foi assumido pelo empresário e contador Silvestre Cândido de Sousa Turbino. Silvestre integra a diretoria da Acipa e o Conselho de Contribuintes de Pouso Alegre.