
A Fundação Tuany Toledo ainda deve causar muitos episódios conturbados em Pouso Alegre. Criada a mais de um mês, a fundação havia gerado certa discussão em alguns grupos políticos e culturais nas redes sociais, mas acabou explodindo após matéria divulgada na quarta-feira (29) pelo PousoAlegre•net, e logo depois pela EPTV.
Com a repercussão, ainda na quarta-feira a noite um grupo foi criado nas redes sociais, convidando moradores para protestar na próxima sessão da Câmara, na terça-feira (5) as 18h. Até o momento desta publicação, 135 pessoas confirmaram presença no protesto. (link do evento)
No evento, as mensagens são de revolta: “Esse projeto, e tudo o que vem acontecendo após ele só prova (mais uma vez) que não existe ética na política de Pouso Alegre”, disse a moradora Ana Beatriz.
Já a criadora do evento, convida o povo a participar e assinar um abaixo-assinado para derrubar a lei: “Sou contra a criação desta fundação cultural, da maneira como foi pensada. Precisamos recolher o número de assinaturas necessárias para inviabilizar esta Lei aprovada pela Câmara dos Vereadores e sancionada pelo prefeito. Cadê a participação da comunidade pousoalegrense?” disse Ana Eugênia Andrade.

Entenda o caso
Além da pressa e falta de discussão com a sociedade e entidades culturais, moradores questionam diversos pontos na criação da Fundação, que se empoderará do Museu Tuany Toledo, da Escola do Legislativo, e da TV Câmara. Um deles é a obrigatoriedade de Câmara e Prefeitura repassarem mais de R$ 2 milhões por ano a fundação.

Outro, é o poder e influência do atual presidente da Câmara, Mauricio Tutty (PROS) sobre a fundação. Pelo projeto, Mauricio Tutty, suas indicações, e membros de sua base aliada, formariam um conselho, que escolheria um presidente permanente para os próximos quatro anos, e prorrogáveis para oito. Este presidente teria poder de escolher e contratar diversos cargos, e serviços, com autonomia, sem pedir autorização ao poder público.
Outros pontos questionados são: a preservação do Museu, das ações da escola do legislativo e da TV Câmara; o destino e doação dos bens atuais que poderiam não retornar a prefeitura ou câmara em um suposto encerramento da fundação.
