?Renato De Matteo Reginatto é acusado de comandar um esquema de desvio de recursos de fundos de pensão municipais

A Itália prendeu nesta terça-feira (12) um brasileiro acusado de comandar um esquema de desvio bilionário de recursos de fundos de pensão municipais, inclusive do Instituto de Previdência Municipal de Pouso Alegre (IPREM). As informações são do jornal Folha de São Paulo.

Renato De Matteo Reginatto, 37, desembarcava de um voo vindo dos EUA quando foi preso em Roma na Itália. A Polícia Federal toma agora providências para que a Justiça no Brasil solicite a extradição do ex-foragido.

Renato teve prisão preventiva decretada em abril do ano passado e estava foragido. Segundo informações obtidas pelo jornal, Renato estava vivendo nos EUA, onde teria adquirido imóveis milionários e buscado um green card.

A fraude

Segundo a Polícia Federal, pelo esquema, os administradores criavam empresas de fachada e aplicavam o dinheiro dos trabalhadores de organizações públicas. Só que as empresas não possuíam capital e o trabalhador, que esperava o dinheiro para a aposentadoria, acabava com prejuízo, já que as empresas iam à falência sem ter recursos para o pagamento. De acordo com a investigação, a fraude alcançou mais de R$ 1,3 bilhão.

Em Pouso Alegre, Segundo relatório parcial da operação encilhamento, a fraude poderia chegar a R$ 50 milhões. As aplicações teriam sido feitas até 2016. Em abril do ano passado a Polícia Federal apreendeu documentos do instituto durante a operação encilhamento. Desde então, o Iprem está sob intervenção.

Operação da PF em Pouso Alegre (Foto: PousoAlegrenet)

Renato seria ameaça a envolvidos no esquema, incluindo políticos do interior

Segundo a PF, Renato é dono de uma consultoria de investimentos que prestava serviços para os institutos de previdência. Entre eles, está o Instituto de Previdência Municipal de Pouso Alegre (IPREM).

De acordo com o relatório da PF, Matteo é um importante elo do esquema. Ele é apontado como a peça que interliga políticos em cidades do interior.

Para os investigadores, Matteo teria saído do país não apenas por temer a prisão, mas por ser ameaça a um grande número de envolvidos no esquema –que não mediriam esforços para impedir a sua delação.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa do acusado.