Foto: PousoAlegrenet

A Justiça de Minas Gerais aceitou um pedido de recuperação judicial da Expresso Gardênia. A decisão em primeira instância foi assinada no último dia 10 pelo juiz Adilon Cláver de Resende, da 2ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte.

O juiz ordenou a suspensão por 180 dias (até 10/05/2021) de todas as ações e execuções contra a Gardênia. A empresa deverá apresentar plano de recuperação em 60 dias (10/01/2021), sob pena de decretação de falência. Os dois prazos são improrrogáveis

A Gardênia foi fundada em 1964, e segundo a empresa chegou a empregar cerca de 1.500 colaboradores diretos e indiretos, e ter uma frota de 400 veículos. A empresa alega que a crise que passa se deve ao transporte clandestino e por aplicativo.

Apesar das dificuldades, a empresa se disse plenamente viável, e por isso pleiteou o processo de recuperação judicial, para tornar viável o pagamento de todos os credores.

Gardênia vem apresentando problemas há anos

O PousoAlegrenet vem mostrando há anos os problemas da Expresso Gardênia no Sul de Minas. Em 2018, a Gardênia teve a pior avaliação do Brasil entre passageiros. Além da má qualidade do serviço, chamava a atenção quantidade de acidentes que aconteciam.

No ano passado o PousoAlegrenet questionou os órgãos de fiscalização DEER-MG e a ANTT sobre os números de autuações. O orgão estadual sequer respondeu. Já o nacional informou que quase metade dos ônibus fiscalizados da Gardênia, acabavam autuados por problemas.

Na sequência, finalmente, a assembleia legislativa chamou a Gardênia para dar explicações. A empresa prometeu melhorar o serviço em 120 dias. Mesmo assim os problemas e acidentes continuaram. Até a roda de um veículo chegou a sair durante um trajeto.

Com problemas financeiros, a empresa vendeu diversas linhas de trajeto curto. Mas com a chegada da pandemia, a empresa teve que reduzir ainda mais a operação, e não conseguiu se recuperar.